Apesar da evolução, contrastes permanecem em Curitiba| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Cascavel sobe oito posições e está em 4.º no PR

Luiz Carlos da Cruz, correspondente

Cascavel, no Oeste do Paraná, saltou do 12.º lugar em 2000 para a 4.ª posição em 2010, ficando atrás apenas de Curitiba, Maringá e Quatro Pontes no ranking estadual do Índice de De­senvolvimento Humano Municipal (IDH-M). O índice era de 0,692 e agora é de 0,782, o que representa um aumento de 13%.

O principal fator responsável pela ascensão foi a educação. O IDH – Dimensão Educação, em uma década saltou de 0,574 para 0,728, elevando Cascavel da 30.ª para a 7.ª colocação.

A expectativa de vida do cascavelense apresentou elevação e passou de 73,17 anos para 75,74. A renda per capita média subiu de R$ 695,48 para R$ 1.003,38. Para o secretário de Educação Valdecir Nath, investimentos foram fundamentais para a melhora no índice. "Quando se investe em educação, outros segmentos também melhoram", avalia.

Segundo o secretário, foram feitos investimentos praticamente em todos os 38 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) que juntos abrigam 3,8 mil alunos. Aliado a isso, novas escolas foram construídas e reformadas.

Para o sociólogo e professor universitário Nilson Rosa de Faria, a convergência entre os governos municipal e estadual também contribuem para melhorar o IDH não só de Cascavel, mas de toda a região. "Essa convergência tem um peso forte no índice", avalia. Para ele, além do alinhamento entre estado e município, as melhorias estruturais nas escolas, especialmente os Cmeis também auxiliaram na elevação do índice.

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Análise

Valorização salarial do professor é essencial, diz especialista

Vanessa Fogaça Prateano

Quando o tema é a educação, um dos fatores que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), os desafios de Curitiba não são muitos distintos dos daqueles municípios em alguns rincões do país, que sofrem com maior taxa de desemprego, problemas ambientais ou maior falta de controle social e participação popular nos rumos da educação.

Um dos principais fatores para alavancar o índice, apontados pela professora do Centro Educaional Uninter e doutoranda em Filosofia e História da Educação pela Unicamp Desiré Dominschek, é a maior valorização salarial do professor, que em Curitiba tem rendimento médio mensal de R$ 1,2 mil. Outro desafio é garantir educação às crianças curitibanas entre 0 e 5 anos, uma vez que a lista de espera por creches na faixa etária de 0 a 3 anos é de 9 mil crianças, e de mais de mil entre as de 4 e 5 anos.

A professora também afirma que as universidades públicas precisam fortalecer os cursos de Licenciatura e valorizar a pesquisa acadêmica sobre o tema. "Hoje, as universidades privadas formam 80% dos profissionais da educação básica. É preciso que as públicas criem mais vagas e invistam na área, valorizando esse profissional," diz.

Numa tentativa de melhorar os índices, a secretária municipal da Educação, Roberlayne Roballo, afirma que a prefeitura está investindo na educação básica, e que até o final da gestão serão construídos 34 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) para atender à demanda da população por creches.

Todos os Cmeis de Cascavel receberam investimentos
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Curitiba precisou de duas décadas para atingir um nível muito alto de desenvolvimento. Nesse período, a capital viu crescer seus índices de renda, longevidade e educação, que garantiram a manutenção do posto de 10.ª cidade com maior IDH-M do Brasil e melhor resultado do estado. Esses vinte anos foram o tempo necessário para que houvesse uma evolução de um índice médio de desenvolvimento (0,640 em 1991) para um muito alto (0,823, atualmente).

INFOGRÁFICO: Curitiba ainda tem o maior IDH-M do estado

Os números revelam que o curitibano está vivendo mais e com mais dinheiro. Os dois subíndices têm valores considerados muito altos, de 0,855 e 0,850, respectivamente, mas registraram crescimentos modestos nas últimas décadas: o índice de longevidade aumentou 0,127, enquanto o de renda cresceu 0,095.

Já na educação, embora tenha havido avanços, ainda há o que melhorar. Desde 1991, quando o índice começou a ser calculado, esta foi a área que teve o maior crescimento: foram 0,262 pontos no período – atualmente, é de 0,768, menor do que o das duas outras áreas.

O secretário municipal de Planejamento e Gestão de Curitiba, Fábio Dória Scatolin, reconhece que essa é a área que mais está demandando atenção do município. "O grande desafio de Curitiba nos próximos anos é a melhora do ensino como todo. É preciso uma política articulada entre prefeitura, governo estadual e federal para propiciar que os jovens tenham uma formação mais adequada da atual", explica.

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No fundo, a educação é estratégica, porque é o grande indicador que pode fazer com que renda e expectativa de vida melhorem. "Educação gera capital humano mais adequado e melhor força de trabalho, consequentemente há aumento de salário", analisa Scatolin.

Parcimônia

Apesar dos bons resultados obtidos pela capital, a professora e pesquisadora da UFPR Olga Lucia Castreghini de Freitas Firkowski alerta que os números devem ser analisados com cuidado. "Só o fato de Curitiba ter um bom índice não significa que as pessoas que vivem aqui compartilhem a mesma condição", pondera.

Na condição de conglomerado urbano, há muitas diferenças entre as cidades e uma interação muito grande entre seus moradores. Considerando os municípios que compõem a Região Metropolitana de Curitiba, o melhor resultado de IDH-M é obtido por Rio Negro (0,760), que está a cerca de 100 quilômetros de distância da capital. Entre as cidades limítrofes, o melhor resultado é de São José dos Pinhais (0,758).

A disparidade entre as cidades indica a necessidade de se analisar de outra forma a questão metropolitana. "Temos que entender esse espaço metropolitano como um único espaço de qualidade de vida. Não dá para pensar em ilhas isoladas", analisa Scatolin.

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Maringá tem o melhor índice do interior

Marcus Ayres, da Gazeta Maringá

A Cidade-Canção obteve o melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do interior do Paraná, de acordo com o Atlas de De­sen­volvimento Humano do Brasil, organizado pelo Programa nas Nações Unidas pa­ra Desenvolvimento (Pnud). A cidade obteve um ní­vel considerado "muito alto", com nota 0,808, o 7.º melhor índice da região Sul e o 23.º do Brasil.

Um dos aspectos avaliados na pesquisa foi a renda, que em Maringá ficou em 0,806, o maior índice do interior. Outro foi a renda per capta média, que entre 2000 e 2010 subiu de R$ 916,87 para R$ 1.202,63. Em 1991, o ganho médio por pessoa era o equivalente a R$ 635,43.

No que diz respeito à longevidade dos moradores, Maringá também obteve avanços. Em 1991, a esperança de vida ao nascer era de 68,4 anos. Esse número passou para 73,1 em 2000 e alcançou os 76,1 anos em 2010. Na opinião do secretário da Saúde, Antônio Carlos Nardi, o aumento da expectativa de vida em Maringá segue um padrão nacional. "As pessoas estão se cuidando mais e houve uma melhoria na oferta de serviços públicos não só em Maringá", explicou.

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