A pesca de arrasto do camarão perto da costa não causa problemas somente à biodiversidade. O crime ambiental também é uma ameaça à saúde humana e pode prejudicar o movimento turístico. Médicos alertam que carcaças na areia podem provocar doenças dermatológicas, além de lesões estomacais em banhistas que levem à mão ou alimentos à boca após contato com o local contaminado.

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Outros animais marinhos, como tartarugas, também são encontrados mortos nas praias do Paraná. Segundo Marcelo Coradin, que mora a cerca de 10 metros da praia no Balneário Praia Grande, em Matinhos, constantemente são encontrados animais mortos nos balneários. "Recentemente foram encontrados dois golfinhos mortos aqui na praia e nenhum órgão fez a remoção. Os animais foram enterrados na areia pelos próprios moradores" conta.

Coradin diz ainda que a remoção só é feita na temporada. No inverno, as carcaças permanecem na praia. Pai de quatro filhos, Coradin diz que evita que as crianças tenham contato com a areia.

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No último dia 8, uma tartaruga morta foi encontrada em Praia Grande. Veranistas e moradores alertaram a prefeitura e órgãos ambientais, mas o animal ficou exposto na praia. Um veranista acabou cortando o animal com uma faca, esperando que o mar levasse os restos, que voltaram no dia seguinte e permaneceram lá por três dias, quando moradores os enterraram na areia.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Centro de Estudos do Mar (CEM) afirmam que não são responsáveis pela remoção. A mesma informação é dada pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Ambiental. A prefeitura de Matinhos não se pronunciou.

Outra conseqüência da arrasto é afastar turistas, explica Nelson Cotovicz, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos (Acima). "Eles pensam que os peixes estão morrendo por causa da poluição, o que não é verdade", diz. Para Cotovicz, é necessário urgência por parte das autoridades para solucionar o problema.