Prefeitura apoia iniciativa do comércio
O novo diretor da regional Matriz de Curitiba, Luiz Hayakawa, se comprometeu a ajudar o grupo de comerciantes do bairro São Francisco. Segundo ele, o município já investe na revitalização do Largo da Ordem e em parte da área central da cidade.
Tentativa fracassou em 2009
Uma tentativa de mudar a realidade do Centro Histórico de Curitiba já ocorreu no ano passado e não deu certo. Outro grupo de comerciantes montou uma estrutura com ideias semelhantes e objetivos parecidos aos de agora. No entanto, uma desmobilização deixou o projeto para trás.
Um grupo de 30 comerciantes do bairro São Francisco, em Curitiba, iniciou um movimento para transformar a região em um centro cultural e turístico da capital paranaense. O projeto "Mapa do São Francisco" é uma tentativa de chamar a atenção do poder público para a importância da área para a cultura e a história da cidade.
Com um mapa das lojas, bares e pontos turísticos do bairro, o grupo pretende divulgar um "caminho obrigatório" para turistas e moradores da capital. "O movimento cultural no São Francisco é muito forte. Com o mapa, a gente quer mostrar para as pessoas que o bairro é muito mais que o Largo da Ordem", explica Michelle Kelly, proprietária do salão de beleza Lolitas.
O "Mapa do São Francisco" será distribuído como um guia de orientação turística em pontos estratégicos, como lojas e hotéis. O primeiro lote terá 10 mil cópias e custou R$ 5 mil ao grupo. Ieda Godoy, dona do Wonka Bar, acredita que o projeto conseguirá valorizar o bairro. "Queremos criar eventos que fechem as ruas com reuniões culturais e gastronômicas", diz. O projeto foi lançado ontem à noite, com uma festa no Wonka. O dinheiro arrecadado será direcionado para o pagamento do primeiro lote do mapa.
Segundo proprietária da loja Milho Guerreiro, Marianne Sguissardi, a ideia é fazer com que o local se torne uma espécie de Vila Madalena de Curitiba o bairro paulista é conhecido por ser um reduto boêmio. Além disso, a proposta também inclui maior movimentação durante o dia, com atividades artísticas e expansão no número de lojas e restaurantes.
Para alavancar o projeto, os empresários estão formando uma associação do bairro, com reuniões periódicas para debater as questões da região. Apesar da mobilização cultural, o grupo de comerciantes pretende mudar também um problema social que atinge o bairro: o número crescente de usuários de crack nas ruas do São Francisco, que tem levado insegurança ao local.
Arrombamentos
Tentativas de assaltos têm ocorrido com frequência nas lojas do São Francisco. Na madrugada de ontem, a loja Doce Lar, aberta há apenas um mês, foi alvo de uma tentativa de assalto. A porta foi arrombada por volta das 4h30 da manhã. A família proprietária do estabelecimento mora no andar de cima.
"Entortaram toda porta de aço e, quando bateram na porta de madeira, o vidro quebrou e nós acordamos. Quando acendemos a luz, eles correram", conta Márcia Regina Pfau. Segundo ela, a Polícia Militar foi prestativa depois que o crime ocorreu, mas o problema é a falta de prevenção e vigilância na região.
Na madrugada de terça-feira, o estabelecimento de Michelle Kelly também teve a porta arrombada, mas os criminosos fugiram por causa do alarme. O salão de beleza ficou praticamente todo o dia fechado. Márcia enfrentou o mesmo problema. "Tentam assaltar sempre aqui. Além de pagar imposto, temos que pagar segurança particular", reclama.
A loja Beatriz Séra, na Rua Inácio Lustosa, ficará só até o fim do mês na região. As proprietárias decidiram sair da região em razão da falta de segurança. "Essa área da cidade é super ativa e precisa de cuidados especiais, não temos como cuidar sozinhos. A gente mesmo lava a calçada e encontramos desde restos de crack até fezes", lamenta Michelle. Outros problemas relatados pelos comerciantes são a pouca iluminação nas ruas, sujeira, calçadas malconservadas e muros pichados.
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