Uma criança sequestrada e morta em um possível ritual de magia negra, cujo objetivo, segundo a acusação, era garantir a liderança política e econômica de uma família em um município do litoral do Paraná.

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Duas mulheres, mãe e filha, presas, supostamente abusadas e torturadas por policiais até confessarem a participação em um crime, em que, hoje, juram ser inocentes.

Qualquer que seja a versão que se defenda para aquele que ficou conhecido como o caso das "Bruxas de Guaratuba", a história é de arrepiar.

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Em 1998, fui escalada pela Gazeta do Povo para cobrir a maioria dos 34 dias do julgamento de Beatriz e Celina Abagge, acusadas de participação na morte do menino Evandro Ramos Caetano, desaparecido em 1992, em Guaratuba, e, na época, com 9 anos. Foram dias e dias de leituras infindáveis, depoimentos, apresentações de provas e contraprovas. E na medida em que nos aproximávamos do fim do júri, eu só sabia que não queria estar na pele dos jurados.

Foram tantas trocas de equipes – o grupo local da Polícia Civil, depois o Tigre, da Polícia Civil, e por fim o Águia, da Polícia Militar; o uso de métodos de investigação reprováveis (e que, diga-se, ainda hoje são usados, conforme denúncias recentes); e disputas para ver quem conseguiria ganhar o troféu por ter elucidado o caso mais comentado das últimas décadas – que as certezas sobre o crime foram ficando pelo caminho.

E agora, que Beatriz volta ao banco dos réus, a impressão é a de que, independentemente do resultado, a injustiça será a tônica da sentença. Seja contra a família de Evandro ou contra as acusadas do crime.