Apesar de a lei ser bastante específica, professores de dedicação exclusiva do curso de odontologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) alegam que não há um entendimento claro no âmbito acadêmico, em relação às atividades remuneradas que os docentes poderiam exercer. De um modo geral, os docentes defendem a atuação externa como forma de se manterem atualizados às práticas da profissão.
“É uma discussão muito ampla, a que não se chegou a um denominador comum. A área de humanas, por exemplo, é diferente da área da saúde e da engenharia”, avaliou o professor Gilson Blitzkow Sidney.
“Estamos querendo conversar com a Procuradoria Federal, para saber que tipo de atividades poderíamos executar, porque isso tem sido um problema”, disse João Luiz Neves Pereira. O professor contou que, há pouco tempo, deixou de atender em consultórios particulares, por temer eventuais investigações. “Não havia clareza se isso era irregular. Eu preferi parar”, resumiu.
Especialista em patologia bucal, o professor Luiz Fernando Boros defende a atuação em consultórios particulares, argumentando que essa prestação de serviços dá aos professores experiência prática para compartilhar com os alunos. “Na clínica da universidade, a maioria das doenças atendidas são típicas de pacientes de baixo poder aquisitivo. No consultório [particular] aparecem outros tipos [de doença]. Não atender fora acaba limitando”, disse.
O presidente da Associação de Professores da UFPR (APUFPR), João Negrão, lembrou que os professores não são obrigados a aderir à dedicação exclusiva. Ou seja, eles podem continuar exercendo atividades remuneradas fora da universidade, desde que abram mão do adicional de exclusividade.
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