Apesar de os bombeiros terem descartado o risco de nova explosão nos toneis de combustível do depósito da empresa Ultracargo, em Santos, a Defesa Civil do Estado já tem um plano para retirada de famílias que estão redondezas do incêndio, que, na tarde deste domingo (5), chegou a mais de 77 horas.
Incêndio em Santos entra no quarto dia
O prefeito, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), pediu ajuda ao governo federal para combater o fogo
Leia a matéria completaSegundo o coordenador estadual da Defesa Civil, José Roberto Rodrigues de Oliveira, há um plano para retirar de 400 a 5.000 pessoas de suas casas das proximidades do incêndio caso o cenário piore. Ele afirmou, porém, que no momento não há necessidade de pôr o plano em prática.
Escolas da região já foram selecionadas para abrigar as pessoas e o Exército está preparado para agir, conforme Oliveira.
Apesar do plano de retirada, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse à reportagem que está descartada, diante do cenário atual, a possibilidade de evacuação de pessoas da vizinhança “em virtude da evolução positiva da contenção do incêndio”.
Dentre os avanços obtidos no combate, ele ressaltou o trabalho de inertização de tanques onde havia compostos químicos que causavam maior preocupação e a retirada desses produtos do local.
Bombeiros
Três tanques estão em chamas neste domingo. O comandante do Corpo de Bombeiros, Mauro Aurélio Alves Pinto, informou que não há risco de explosão de outros recipientes como aconteceu no sábado (4). Os reservatórios que pegam fogo são um de álcool anidro e dois de gasolina.
No sábado, os bombeiros previam que seriam necessários mais quatro dias para conter as chamas, que começaram às 10h de quinta (2).
Como o tanque de álcool anidro tem um poder calorífico maior, o comandante disse que é prioridade a ação nesse reservatório. “Ele aquece os que estão mais próximos. Se a gente eliminar o álcool anidro até amanhã, nós diminuímos as condições de risco.”
O comandante disse que a Ultracargo importou um produto novo de combate específico ao álcool anidro. “Ele é semelhante a espuma, tirando o oxigênio do fogo.”
Ainda de acordo com o comandante, os tanques com gasolina estão com fogo no topo, o que facilita o combate.
Oliveira e Alves deram entrevista coletiva neste domingo na Prefeitura de Santos, após participarem de uma reunião do gabinete de gestão de crise que define as ações.
O risco de contaminação será analisado por um equipamento do Exército para medição de partículas suspensas no ar. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) também faz monitoramento.
“Estamos aumentando o espectro de produtos químicos que a gente pode medir para que as pessoas não corram nenhum risco”, afirmou Oliveira.
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