Um relatório da Defesa Civil de Vila Velha (ES), feito há três anos, já apontava risco de deslizamento de rochas no morro da Boa Vista, onde uma pedra rolou sobre quatro casas na última sexta-feira (1.º) e deixou 15 feridos.
Até a tarde desta segunda (4), 1.262 pessoas de 377 famílias estavam desalojadas - a prefeitura isolou a área para evitar novos desastres. Desse total, 92 pessoas foram encaminhadas a um abrigo montado na escola municipal Jairo Mattos, no mesmo bairro onde aconteceu o acidente (São Torquato). O restante está na casa de amigos e familiares.
O relatório da Defesa Civil foi feito em dezembro de 2012, a pedido de uma moradora que teve, em agosto daquele ano, a área de serviço de sua casa atingida por um bloco rochoso que deslizou. No momento da queda não havia ninguém no local.
O laudo, adiantado pelo jornal “Bom Dia ES”, da TV Gazeta, dizia que uma análise do Serviço Geológico do Brasil indicava que 400 imóveis (com 2 mil pessoas) estavam em situação de risco.
A Defesa Civil chegou a alertar a população local e fez uma simulação de um desastre natural, com evacuação dos moradores. “Alcançamos o objetivo de informar e preparar a comunidade para a realidade do perigo”, diz o laudo.
O atual plano de contingência do município, que estabelece procedimentos a serem adotados em casos de emergências e desastres naturais, elaborado em 2013 (já na gestão atual da prefeitura), também reconhecia os riscos no local. O plano cita, especificamente, o morro da Boa Vista como um dos dois locais com mais risco de deslizamento da cidade.
Outro lado
Em entrevista à imprensa concedida nesta segunda, o prefeito Rodney Miranda (DEM) afirmou que o relatório da Defesa Civil não indicava possibilidade de movimentação da pedra que deslizou. “Todos os técnicos que estão sendo ouvidos corroboram o que estou falando agora”, disse.
Miranda afirmou que o laudo está sendo usado com fins políticos por grupos opositores à atual gestão. “Pessoas estão querendo usar politiqueiramente a tragédia ocorrida aqui em Boa Vista, aqui em São Torquato, para proveito que eu não entendo qual”, disse.
Segundo o prefeito, desde 2012 a prefeitura tem feito capacitação de líderes no local e tenta captar recursos junto ao governo estadual para resolver a situação. Ele não deu mais detalhes.
O prefeito afirmou ainda que não há risco imediato de novos deslizamentos e que a maior preocupação da prefeitura é com as pedras que se soltaram do solo com a descida da rocha maior. Miranda diz que funcionários vão cortar, retirar ou fixar as pedras, de acordo com o caso, para que não deslizem em caso de chuva.
A rocha maior, que destruiu quatro casas, vai ser fixada no local, “para evitar novos deslizamentos e para que as pessoas possam retornar às suas casas o mais rápido possível”, concluiu o prefeito. Após uma vistoria técnica feita no domingo (3), a prefeitura definiu que as pedras menores serão partidas e uma drenagem será feita no local para evitar enxurradas.
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