Um dos responsáveis pela defesa do coronel reformado Jorge Luiz Thais Martins, o advogado Elias Mattar Assad disse que pretende "trabalhar provas" que atestem a inocência do suspeito, antes de ingressar com um novo pedido de liberdade junto à Justiça. A Vara de Inquéritos Policiais havia negado o pedido de revogação de prisão apresentado na semana passada por outros advogados do coronel. O ex-comandante do Corpo de Bombeiros é apontado como autor de cinco ataques que terminaram com a morte de nove pessoas e com cinco baleadas.
Assad passou a integrar oficialmente a defesa do coronel nesta terça-feira (8). O advogado disse que passou o fim de semana estudando os inquéritos policiais que apontam Martins como autor dos crimes. Segundo ele, a defesa deve solicitar à polícia alguns atos como oitiva de testemunhas que sustentem álibis apontados pela defesa.
"Precisamos levar ao inquérito policial mais elementos, para, em um segundo momento postular a liberdade do coronel", apontou Assad. De acordo com o advogado, com as provas, a defesa deve impetrar um pedido de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Paraná ou ao juiz da Vara de Inquéritos Policiais o mesmo que decretou a prisão temporária de Martins.
Polícia divulga retrato-falado de assassino de filho do coronelA Polícia Civil voltou a divulgar, nesta terça-feira, o retrata-falado do assassino de Jorge Guilherme Marinho Martins, filho do coronel e que morreu em uma tentativa de assalto em outubro de 2009. De acordo com a descrição, o autor do crime é um jovem de pele clara, com olhos e cabelos castanhos e que, à época do crime, usava aparelho odontológico.
Um adolescente chegou a ser preso, na ocasião, mas foi solto por falta de provas. A namorada de Jorge Guilherme, que estava com a vítima no dia do crime, não conseguiu reconhecer o acusado como autor do assassinato. Ela precisava reconhecer o menor com 80% de certeza, mas, em audiência no Ministério Público, a garota afirmou não ter condições de apontar se foi o jovem quem atirou no filho do coronel.
O caso ainda está com a Delegacia do Adolescente (DA), mas pode ser remetido à Delegacia de Homicídios (DH) ou à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). "Independentemente de qual especializada assuma as investigações, equipes de todas as delegacias estão andando com cópias do retrato-falado, para tentar localizar o suspeito", disse a delegada titular da DH, Maritza Haisi.
A série de crimes da quais o coronel é suspeito começou semanas depois que o acusado de ter matado João Guilherme foi posto em liberdade. Todas as vítimas dos ataques atribuídos a Martins eram usuários de drogas ou estavam em pontos de consumo.
Testemunhas apontam que coronel rondava local dos crimesA polícia identificou ouviu oficialmente, no último fim de semana, mais duas testemunhas do caso, dentre elas, a mãe de uma das vítimas. As duas disseram que decidiram depor depois que reconheceram Martins em imagens divulgadas na imprensa. Nos depoimentos, elas trouxeram o coronel à cena do crime apontaram que o coronel esteve na Rua Cleto da Silva onde ocorreram quatro dos cinco ataques atribuídos ao ex-comandante dias antes do último crime. "Os depoimentos confirmam que o suspeito, de fato, esteve no local dos crimes", disse o delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos, da Delegacia de Homicídios (DH).
O último ataque do qual o ex-comandante é suspeito ocorreu às 5h20 de 14 de janeiro deste ano, quando Luiz Rosalino Novalski, de 45 anos, foi assassinado a tiros e outras duas pessoas foram baleadas. Segundo o relato das testemunhas, poucos dias antes deste ataque, o coronel esteve na rua, por duas vezes consecutivas. Na primeira oportunidade, Martins teria sido visto próximo a uma ponte de madeira, por volta das 6 horas. No dia seguinte, o ex-comandante teria ido a um bar que fica na rua, durante a tarde.
O depoimento das testemunhas bate de frente com um álibi apresentado pela defesa, segundo o qual o coronel estaria no interior do estado, a serviço da Defesa Civil, para quem estaria prestando assessoramento especial. Os advogados também argumentam que Martins não estava em Curitiba no dia 1º de janeiro deste ano, quando ocorreu o penúltimo crime atribuído ao coronel.