Atualizado às 18h40
O delegado-chefe da Polícia Civil em Foz do Iguaçu, José Roberto Jordão, foi preso nesta terça-feira (1) em flagrante, por corrupção passiva, quando recebia, dentro de sua viatura, cerca de R$ 1 mil do dono de uma casa lotérica para que não apreendesse máquinas caça-níqueis. Além do delegado, outras seis pessoas foram presas e cinco estão foragidas, entre elas, o secretário municipal de Esportes Emerson Wagner.
Jordão é acusado de receber propinas de empresários ligados a jogos ilícitos na cidade. A prisão foi feita pela Promotoria de Investigação Criminal (PIC) e o Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (GERCO) em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp).
A estimativa é que a rede de corrupção formada por cerca de 40 policiais civis e militares já tenha extorquido pelo menos R$ 2 milhões de empresários e bandidos na região. Os dados são da PIC e da Sesp.
Segundo a Agência Estadual de Notícias, ao todo, a operação batizada como "Avalanche" deve cumprir 19 mandados de busca e apreensão e outros nove de prisão ainda nesta terça-feira.
O secretário estadual de Segurança, Luiz Fernando Delazari, desembarcou em Foz do Iguaçu nesta tarde e, por volta de 17h, chegou à PIC. Delazari afirmou que o delegado "recebia uma espécie de mensalinho de empresários que exploravam jogos ilícitos para fazer vistas grossas a uma série de crimes".
Segundo o promotor Rudi Rigo Burkle, coordenador da PIC de Foz do Iguaçu, a propina era paga por vários empresários que exploravam jogos na cidade e que montaram uma espécie de "cooperativa" para subornar policiais.
O delegado deve ser transferido para Curitiba ainda nesta terça ou na quarta-feira. Jordão ficará à disposição da Corregedoria Geral da Policia Civil, que vai definir onde o delegado ficará preso.
Confira a relação de pessoas presas e procuradas pela polícia:
1. Ailson Aparecido Gomes, preso;2. Eduardo Amorim Xavier, foragido;3. Edson Calvosa Canto, foragido;4. Emerson Wagner, secretário de Esportes de Foz do Iguaçu, foragido;5. Jair Maximiano da Silva, preso;6. José Henrique Bonvino, preso;7. Joel Rodrigues, preso;8. José Roberto Jordão, delegado de polícia, preso;9. Ivan Verri, preso;10. Oswaldo Loureiro de Mello Júnior, advogado, foragido;11. Simione Braz Thuller, preso;12. Sebastião Pires dos Santos, foragido.
A PIC informou que todas as pessoas já presas, inicialmente, estão envolvidas com jogos ilícitos. Todos os foragidos, exceto o secretário e o advogado, são comerciantes. A PIC preferiu não divulgar o ramo destes comerciantes para não atrapalhar o andamento da operação.
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