A Ideal Invest, que tem o Itaú Unibanco entre os sócios, acredita que a demanda por seu programa de financiamento estudantil Pravaler será cinco vezes maior este ano em relação a 2014, após as mudanças na concessão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelo governo federal.
O diretor-executivo da Ideal Invest, Carlos Furlan, disse à Reuters que a demanda de alunos em abril na comparação anual foi seis vezes maior, e a projeção para maio em relação ao mesmo mês de 2014 é de que também cresça seis vezes.
Em média, a Ideal Invest tem 300 mil alunos interessados em obter seus financiamentos a cada ano.
A procura pelo Pravaler foi mais intensa a partir do quarto mês do ano, depois que o prazo para a inscrição de novos alunos no Fies no primeiro semestre encerrou-se em 30 de abril, com a adesão de pouco mais de 250 mil alunos, cerca de metade do que entidades que representam instituições privadas de ensino esperavam. Em 2014, foram concedidos 732,2 mil novos contratos do Fies pelo governo.
Segundo o Ministério da Educação, novas edições do Fies este ano e em 2016 dependem de disponibilidade de verba do Orçamento da União, numa consequência do ajuste fiscal promovido pelo governo federal para organizar as contas públicas.
Entre os grupos de educação privada que aderiram ao Pravaler após as mudanças no Fies, a Estácio teve cerca de 3 mil alunos inscritos no financiamento privado ao final do primeiro trimestre, depois que a taxa de penetração do Fies para novos alunos da instituição de ensino caiu para 17% em 2015 até abril, ante 33 por cento no primeiro semestre de 2014.
A Anima Educação, com adesão de 900 calouros ao Pravaler até abril, e a Ser Educacional, que ainda não divulgou um balanço, também oferecem o Pravaler aos alunos como alternativa ao Fies.
“Agora a tendência é ter uma aceleração maior das faculdades (na adesão ao Pravaler)... O cenário já está muito claro. Temos indicadores de que pode não haver financiamento pelo governo no segundo semestre, somado a isso temos um ambiente de crédito mais restrito. Esses fatores aumentam mais o senso de urgência para as universidades procurarem alternativas”, disse Furlan.
O avanço para o Pravaler, ainda praticamente sem concorrência no mercado e único produto desenvolvido pela Ideal Invest, ocorrerá mesmo com as incertezas em relação ao aumento do desemprego e da inadimplência no país, disse o executivo.
Apesar de a inadimplência ser uma preocupação, Furlan afirmou que o indicador tem ficado dentro do esperado até o momento, embora não tenha dado detalhes sobre percentuais.
Desde abril, todas as novas parcerias estabelecidas pela Pravaler oferecem algum tipo de subsídio de juros aos alunos pela instituição de ensino participante.
“Como temos agora produtos que são melhores para o aluno, com juros subsidiados, ele passa a ter parcelas mais baixas, o que deve atenuar um pouco o efeito da piora do cenário macroeconômico”, disse.
A Ideal Invest também implantou novos sistemas de análise de comportamento do pagamento dos estudantes e para avaliação de crédito.
“Do lado do capital, o impacto no fundo é o custo do programa, que fica maior na medida que o capital fica mais caro”, afirmou o executivo.
A captação do recursos da Ideal Invest é feita por meio de um Fundo de Investimento em Diretos Creditórios (Fidc).
Furlan disse que a empresa já tem recursos para o ciclo do vestibular do meio do ano e está com uma captação aberta para levantar R$ 250 milhões.
A Ideal Invest repassou cerca de R$ 1 bilhão de 2006 a 2014 a 50 mil alunos. Furlan não informou o volume repassado em 2015 até o momento.
Além do Itaú, cuja fatia na Ideal Invest é inferior a 10 %, possuem participação na empresa o Banco Mundial e o IFC, cujos percentuais não são divulgados pela companhia.
No Pravaler, as condições de financiamento variam, conforme simulações feitas pela Reuters no site do programa. Em todos os casos, o aluno paga metade da mensalidade durante o curso, dinheiro que também reforça o caixa da Ideal Invest.
Para uma graduação de Direito em Maceió, por exemplo, o juro para novos alunos na contratação semestral é integralmente subsidiado pela instituição de ensino, com as parcelas corrigidas pelo IPCA a cada 12 meses da data de assinatura do contrato.
Para o mesmo curso no Rio de Janeiro, o juro do Pravaler é de 2,19% ao mês para o calouro e de no máximo 1,98% ao mês nas contratações seguintes.
No Fies, a taxa efetiva de juro é de 3,4% ao ano para qualquer curso.
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