A demolição da sede da Igreja Renascer em Cristo, no Cambuci, na Zona Sul de São Paulo foi retomada na manhã deste sábado (24). O trabalho deveria ter sido iniciado nesta sexta-feira (23), mas problemas com o guindaste usado na demolição obrigaram técnicos e operários a adiar o início da remoção do que restou da igreja. O teto de templo desabou no domingo (18), matando nove pessoas.
Sob os olhares atentos da vizinhança, que acordou cedo neste sábado, os funcionários da empresa contratada para fazer a demolição derrubavam tijolo por tijolo. Dois homens, uma marreta, uma picareta e um trabalho detalhado pela frente. Pouco depois das 7h, teve início a demolição. "Trabalho difícil", diz o engenheiro Lupércio de Almeida.
Às vezes, com as mãos, eles empurravam o material para o lado da igreja, mas boa parte do muro caía mesmo para o lado das casas da vila vizinha, que estão interditadas desde o desabamento do telhado da sede da Renascer, no domingo (18).
No meio da manhã deste sábado, os funcionários da empresa tiveram mais problemas por causa dos ferros que existiam dentro da estrutura. Os trabalhos foram interrompidos por cerca de meia hora, e com uma nova ferramenta, a tesoura, a empresa retomou a demolição. Um trabalho delicado, que pode se tornar mais perigoso ainda se chover.
A demolição deveria ter começado nesta sexta-feira (23), mas a empresa enfrentou problemas durante a manhã. O guindaste usado nos trabalhos afundou no solo e foi preciso um reforço de chapas de aço. À tarde, mais problemas: desta vez foi o braço do guindaste, que era muito curto.
Soraia Aiupe é moradora da vila e acompanha de perto a demolição. A casa dos pais dela é uma das interditadas, e a família está apreensiva. Mauro Artioli também mora na vila. O acidente não afetou a casa dele, mas, indiretamente, interferiu no dia-a-dia da família.