A reconstrução das áreas danificadas do prédio em São Conrado, no Rio de Janeiro, atingido por uma explosão na última segunda (18) deve levar de dois a três meses. A previsão foi feita pelo coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Crea-RJ, Manoel Lapa.
A explosão danificou a maioria dos 72 apartamentos do edifício localizado na zona sul do Rio. Quatro pessoas ficaram feridas. O morador do apartamento 1.001, onde ocorreu a explosão, o alemão Markus Müller, 51, ainda está internado em estado grave no Hospital Miguel Couto.
A Defesa Civil deve terminar o trabalho de limpeza no local nesta quarta-feira (20), mas o prédio só será liberado para obras quando o condomínio apresentar um responsável técnico.
O laudo da perícia que dirá a causa da explosão deve ser divulgado em um mês, mas informações preliminares indicam que o incidente tenha sido provocado por um vazamento de gás.
O prédio estava em dia com a vistoria estrutural, feita em setembro passado, mas o síndico não soube informar se uma fiscalização das instalações de gás havia sido feita recentemente no apartamento onde houve a explosão, no décimo andar. A proprietária do apartamento não foi encontrada.
Uma lei estadual que obriga a fiscalização foi aprovada em setembro de 2014 e entrou em vigor em março deste ano. A legislação prevê que os condomínios, proprietários ou locatários realizem uma vistoria nas unidades residenciais a cada cinco anos. Segundo a Agenersa, a agência reguladora, a implementação da lei ainda não está completa porque as concessionárias ainda não procuraram a acreditação do Inmetro, o que atrasou a divulgação da lista de empresas acreditadas pela Companhia Estadual de Gás (CEG). Até então, não havia a obrigatoriedade de vistoria.
Até que a causa do acidente seja divulgada, não é possível afirmar com certeza se uma vistoria poderia ter evitado o acidente, mas especialistas afirmam que certas medidas devem ser tomadas.
“A primeira providência a se tomar é verificar se há ventilação na instalação de gás, principalmente no aquecedor e no fogão. Se o aquecedor estiver dentro do banheiro, tem que estar perto da janela, em área de ventilação de no mínimo 30cm x 30cm”, diz o vice-presidente do Crea-RJ, Rogério Salomão.
Ele aponta que é preciso verificar possíveis fissuras na tubulação, o que, segundo ele, deve ser feito a cada cinco anos por um técnico. A CEG acrescenta que deve-se evitar colocar aquecedores dentro do boxe e que o aparelho deve ter chaminé com altura mínima de 35 cm.
Informa ainda que é indispensável que os aparelhos (fogões, fornos, secadoras) tenham registro e sejam instalados com tubo flexível metálico próprio para gás. Os queimadores devem estar sempre limpos e a chama, ser estável e regular, apresentando coloração azulada - chama instável e amarelada indica que os queimadores estão desregulados.
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