A deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, fez nova denúncia, nesta sexta-feira (18), relacionada a maus tratos dentro de unidades do Exército.
Em carta ao ministro da Defesa, José Alencar, ela solicita o desligamento definitivo do Exército do tenente-coronel Ernani Lunardi Filho, afastado do comando do 20.º Batalhão de Infantaria Blindada (20.º BIB) após a veiculação de imagens de suposta tortura das dependências da unidade, em Curitiba.
O conteúdo da carta ao ministro relata ainda que episódios parecidos aos registrados no 20.º BIB "têm sido notificados à Comissão de Direitos Humanos ao longo dos últimos anos".
Uma dessas denúncias teria acontecido, há dez anos, no 38º Batalhão de Infantaria, no Espírito Santo, época em que a unidade estava sob o comando de Lunardi. Para a deputada, o fato ocorrido em Curitiba trata-se de uma reincidência.
De acordo com o porta-voz do Exército no Paraná, major Carlos Augusto Sydrião, a resposta sobre a nova acusação deve partir do comando nacional da instituição, o que ainda não aconteceu.
Reunião com OABNa manhã desta sexta-feira, o comandante da 5.ª Região Militar/5.ª Divisão de Exército (5.ª RM/DE), Túlio Cherem, participou de encontro com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), Manoel Antonio de Oliveira Franco.
Segundo Franco, a OAB não pode participar do inquérito policial militar (IPM) instaurado, mas será informada sobre todos os passos do processo. Também estavam na reunião outros três representantes da OAB-PR, entre eles o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cleverson Marinho Teixeira, que teve acesso ao tenente-coronel Ilton Barbosa, que conduz o inquérito.
DepoimentosNo terceiro dia de audiências do IPM, o sargento Giovani Moscatelli foi ouvido no 5.º Batalhão Logístico (5.ºBLog), em Curitiba.
Moscatelli é um dos cinco militares que aparecem sendo agredidos nas imagens veiculadas no programa Fantástico, da Rede Globo. As cenas mostram os veteranos colocando o sargento, com pés e mãos atados, em cima de um armário. Mais uma vez, as torturas foram classificadas como brincadeiras pelo depoente.
"Mesmo que sejam brincadeiras, são inaceitáveis. São um mau exemplo para a sociedade, que não pode admitir isso", afirmou o presidente da OAB-PR.
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