A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar casos de grampo telefônico no Paraná nos últimos 12 anos será instalada nesta terça-feira pela Assembléia Legislativa, mas a previsão dos próprios deputados é que as investigações não vão avançar. Faltando menos de um mês para o recesso parlamentar e com o fim do atual mandato, a CPI corre o risco de sequer iniciar os trabalhos.
Composta por sete deputados, a maioria da base do governo, a comissão tem prazo de 120 dias para ser concluída e apresentar o relatório final.
Nesta terça serão escolhidos o presidente, o vice-presidente e o relator. Os partidos indicaram ontem para CPI os deputados Natálio Stica (PT), Miltinho Puppio (PSDB), Antônio Anibelli (PMDB), Plauto Miró (PFL), Luiz Carlos Martins (PDT), Duílio Genari (PP) e Jocelito Canto (PTB). Desses, apenas Plauto Miró e Luiz Carlos Martins fazem oposição ao governo.
A criação da CPI foi proposta pelo líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), antes do primeiro turno da eleição. O argumento era a apuração de um suposto envolvimento do policial civil Délcio Rasera, preso por escuta telefônica ilegal, com o governo do estado.
Para neutralizar a iniciativa da oposição, a bancada do governo, através do deputado Nereu Moura (PMDB), apresentou outro requerimento propondo estender as investigações sobre grampo telefônico nos últimos 12 anos, desde o mandato do ex-governador Jaime Lerner (PSB). Os dois requerimentos foram anexados pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB).