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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Os deputados estaduais da Assembléia Legislativa querem uma revisão no preço das tarifas de pedágio das 27 praças já instaladas nas rodovias federais que passam pelo Paraná. A decisão aconteceu um dia depois do leilão na Bovespa, feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), onde foram definidas as novas concessões de sete lotes de rodovias federais.

A empresa espanhola OHL arrematou os três lotes de estradas que passam pelo Paraná (BR-116 de Curitiba a São Paulo, BR-116 Sul de Curitiba a Santa Catarina com a divisa do Rio Grande do Sul e a BR-376 de Curitiba a Florianópolis). O que chamou a atenção foram os preços que serão cobrados nestas novas praças de pedágio, bem abaixo dos valores praticados atualmente pelas concessionárias que administram as estradas no Paraná.

O motorista que for de Curitiba a São Paulo pela Régis Bittencourt (BR-116) – uma distância de 400 quilômetros, com seis praças de cobrança – terá que desembolsar R$ 8,20 para carros de passeio contra os R$ 10,90 praticados pela Ecovia no trecho entre Curitiba e Paranaguá, em um percurso de 100 quilômetros e com uma única praça.

A tarifa entre Curitiba e Florianópolis, pela BR-376, por sua vez, será menos da metade da que é a cobrada até o litoral paranaense: R$ 5,10 em um total de cinco praças. Os novos pedágios começam a funcionar somente em meados de 2008 e já estarão com os valores reajustados pelo IPCA. Com isso, os preços das tarifas que foram definidas no leilão de terça-feira serão um pouco mais caros.

O governo do Paraná participou do leilão da Bovespa, por meio da Copel. No entanto, o valor oferecido pela estatal ficou 50% acima do lance vencedor (R$ 1,95 contra R$ 1,028 da OHL, que levou o trecho).

Valores revistos

Os deputados paranaenses querem os valores atuais do pedágio sejam revistos. "O novo leilão provou que o vencedor ofereceu o menor preço, um preço justo aos usuários das rodovias federais que cortam o litoral. O preço é uma vitória de uma licitação conduzida de forma que pode ter seu serviço oferecido pelo menor preço. Venceu aquele que fez a menor proposta", afirmou o líder do governo na Assembléia, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), à Agência Estadual de Notícias (AEN). "Agora tem um parâmetro muito interessante. A Assembléia vai retomar as discussões dos valores dos atuais pedágios", definiu Romanelli à AEN.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (10), também comemorou os baixos preços do pedágio, que foram definidos no leilão da Bovespa. O presidente afirmou que "pela primeira vez na história, os pedágios ficaram mais baratos."

ABCR

Para o presidente da seção paranaense da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, a comparação entre os novos pedágios com os antigos é equivocada. "É preciso levar em consideração que há dez anos havia inflação, os juros estavam nas alturas e o risco Brasil era elevado. Era natural que a taxa de retorno prevista no edital tivesse que ser maior para atrair investidores. É um cenário muito diferente de hoje", explicou Chiminazzo.

Em entrevista ao ParanáTV, o presidente da ABCR no Paraná afirmou que a empresa sempre teve a disposição para negociar com o governo, mas o "outro lado nunca quis saber de conversar sobre negociação, a não ser conflito", afirmou.

Do outro lado, o governo afirma que a negociação já é feita na Justiça. "Nós não temos que negociar com a associação (ABCR). Essa discussão está sendo feita no âmbito judicial", afirmou o secretário dos Transportes, Rogério W. Tizzot.

Única opção

Com as novas praças de pedágio na BR-376, a única opção para o motorista que deixar Curitiba com direção ao litoral paranaense, sem a cobrança de tarifa, é a histórica Estrada da Graciosa. O pedágio na BR-116, com direção a São Paulo, será colocado no km 56, depois da entrada da Graciosa. Dessa forma, ainda resta uma opção sem pedágio para o Litoral.

Em nota, o senador Flávio Arns (PT) informou que solicitou o deslocamento da nova praça de pedágio que o governo federal pretende implantar na BR-101 para depois da entrada de Guaratuba. O pedido teria sido feito ao ministro dos Transportes, Alfredo do Nascimento, e ao Diretor-Geral da ANTT, José Alexandre Nogueira de Resende. O Senador sugeriu que a praça prevista para o km 2 da BR-101 seja deslocada para o km 6 da BR-101. "Se a mudança não for adotada, haverá um grande prejuízo para Guaratuba e, conseqüentemente, para os seus freqüentadores e fornecedores", justificou.

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