Deputados voltam ao trabalho e debatem mínimo regional

O salário mínimo regional de R$ 437 deverá centralizar a atenção dos deputados estaduais que voltam aos trabalhos nesta quarta-feira (15). A retomada dos trabalhos na Assembléia Legislativa do Paraná (AL) ocorre em sessão solene às 15h30.

O governo estadual promete enviar já no primeiro dia de trabalho um projeto de lei que eleva o salário mínimo para R$ 437 no Paraná. Se aprovado, será o maior piso regional do país, com o aumento valendo para categorias que não têm dissídio ou acordo salarial, como os trabalhadores domésticos. Na maioria dos estados brasileiros, o novo mínimo deverá ser, a partir de abril, de R$ 350,00.

Porém, devido à semana de carnaval, a matéria só deve entrar em votação em março. Mesmo para os deputados, parece que não há pressa para adotar o novo valor. Para o presidente da casa, Hermas Brandão (PSDB), o projeto precisa ainda de uma ampla discussão com a sociedade e entidades de classe. O presidente considerou que a medida pode gerar aumento no desemprego, principalmente no setor agropecuário e nos pequenos comércios.

Um dos pontos mais polêmicos da proposta governamental é a exclusão dos servidores. O deputado estadual e líder da oposição Valdir Rossoni (PSDB) argumentou que a proposta se torna populista ao não incluir no reajuste os funcionários do estado. Porém, disse estar de acordo com a criação do mínimo regional.

O deputado estadual Mauro Moraes (PMDB), um dos defensores da proposta, promove nesta quarta-feira, juntamente com a Nova Central Sindical dos Trabalhadores, um ato público, às 9h, no plenarinho da Assembléia. "O novo salário mínimo resgata o poder aquisitivo de uma massa de trabalhadores que não tem outro referencial de índice de aumento", disse o deputado, que enviou em agosto de 2005 uma proposta a Requião sugerindo um mínimo diferenciado de R$ 450,00.

Servidores

Para atender a categoria excluída, o governo promete enviar uma outra mensagem ao plenário que deverá elevar entre 8% e 40% o salário dos servidores. O governador Roberto Requião ainda estuda algumas das propostas de reajuste apresentadas pela Secretarias de Fazenda e Administração e, assim que decidir por uma, deve enviar o projeto para a AL.