A segurança pública ganhou status de prioridade no discurso de todos os candidatos a cargos executivos neste ano. Não há gestor público (os que entram e os que saem) que não tenha discursado sobre a necessidade de investimentos na área. Foi assim na primeira coletiva de Dilma Rousseff (PT) já como presidente eleita. Ela deixou claro que segurança é prioridade nos próximos quatro anos. E não foi só na campanha para presidente. O novo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), também discursou sobre o problema. Para comandar a pasta, Richa convidou o delegado federal Reinaldo Almeida César.
O novo secretário promete trabalhar com enfoque estritamente técnico, sem deixar que querelas políticas atrapalhem a gestão da segurança pública. Entre as primeiras ações, segundo ele próprio, figura um plano de ação para desafogar as cadeias das delegacias paranaenses. A preocupação com a superlotação carcerária é justificável. O efetivo defasado em cerca de 50% da Polícia Civil agrava o quadro. A falta de policiais deixa a investigação em segundo plano para cuidar das carceragens. Além do pouco pessoal, que também atinge a Polícia Militar, o governador e o novo secretário terão de resolver uma falha grave nos últimos anos: o pouco investimento em tecnologia de investigação.
Na lista dos problemas, o maior de todos não poderia ficar de fora. O tráfico de drogas é assunto prioritário no país, sobretudo após os ataques de facções criminosas na cidade do Rio de Janeiro e a invasão policial nos morros da capital fluminense. No Paraná, o debate é ainda mais intenso. As fronteiras são portas abertas para entrada de drogas e armas no país. O Lago de Itaipu, com 170,5 km de leito navegável, na região Oeste do estado, é pouco policiado. O novo governo promete atenção especial à região.
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