O compartilhamento de imagens de pessoas desaparecidas é cada vez mais constante nas redes sociais e pode ser de grande utilidade até mesmo para a Polícia Civil . Mas isso ocorre somente se as informações forem colocadas na rede no intuito de colaborar com as investigações. Os delegados que atuam na busca por pessoas desaparecidas no Paraná afirmam que qualquer informação pode ajudar nas investigações, o problema, porém, é que muitas pessoas utilizam as redes sociais para dar pistas equivocadas ou irrelevantes sobre o caso.
Como proceder em caso de desaparecimento
- Diferente do que muitas vezes é divulgado, não é necessário esperar um ou dois dias para informar um desaparecimento à Polícia. “Dependendo da rotina da família, 30 minutos de atraso já representa um problema”, diz o delegado Jaime da Luz.
- Também não há necessidade de buscar uma delegacia especializada para registrar o Boletim de Ocorrência. “Todas as delegacias estão integradas ao sistema de desaparecidos”, diz a delegada Iara Laurek Dechiche.
- No momento de fazer o Boletim de Ocorrência, é importante levar uma foto do desaparecido para que as informações estejam disponíveis no site da Polícia Civil.
- É importante também tentar dar informações claras aos policiais dos locais que a pessoa frequenta, horários e rotina que ela costuma ter.
- Se encontrar uma criança sozinha, o melhor a se fazer é entregá-la a uma autoridade policial ou em um Conselho Tutelar. Quanto menos tempo a criança passar desacompanhada, menor a chance de um incidente acontecer.
O delegado Jaime da Luz, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – que cuida de casos de jovens e adultos desaparecidos – afirma que o uso de redes como Facebook para divulgar os casos de desaparecimento faz com que a informação seja divulgada de forma rápida, mas a filtragem sobre as informações que são repassadas pelas próprias redes deve ser intensa.
“Existem vários casos em que a pessoa foi encontrada depois dessa divulgação intensa, mas a ação deve ser consciente e coordenada para que alguns comentários mal intencionados não atrapalhem as investigações”, diz.
Depois que a Divisão começou a utilizar as redes sociais para divulgar as fotos e dados dos desaparecidos, uma série de casos foram solucionados, diz o delegado. “A população se sensibiliza e acaba buscando por aquela pessoa. Muitas vezes as pistas se confirmam, mas é preciso adotar um filtro”, comenta.
Crianças
Quando o desaparecimento é de uma criança, as redes ajudam, mas as informações obtidas pela com a família, escola e o próprio Conselho Tutelar são essenciais para a investigação, já que a maioria dos desaparecidos são considerados fugas pela polícia. Ou seja, a criança sai de casa por algum tipo de abuso ou por medo de repressão da família.
A delegada do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (SICRIDE), Iara Laurek Dechiche, afirma que as redes podem, sim, ajudar, mas quem resolve compartilhar fotos e informações deve ter certeza daquilo que está sendo repassado. “Quando se busca crianças desaparecidas, o tempo é a chave da investigação. Qualquer pista falsa investigada pode representar a perda de uma verdadeira que pode levar à criança”, diz.
Cuidados com a divulgação de imagens
A divulgação de fotos são essenciais para facilitar a busca de desaparecidos, mas, de acordo com os delegados, a atitude mais prudente é fazer isso por meio do site da Polícia Civil, que também tem uma página no Facebook. Nesse caso dá-se credibilidade ao caso na hora de compartilhar e há menos riscos de a imagem ser utilizada para outros fins, principalmente se um número de telefone for divulgado junto com a foto, alerta Iara. “Quando em desespero, a família divulga a foto e um número de telefone, pessoas mal intencionadas podem fingir estar com a criança para pedir um resgate, por exemplo. Isso não só atrapalha as investigações, como gera mais sofrimento à família”.
Se a família sentir a necessidade de realizar a postagem por conta própria, é preciso tomar cuidado com o tipo de informação divulgada, diz o delegado Jaime da Luz. “É importante divulgar a roupa que a pessoa estava usando, quando foi a última vez que foi vista, em qual local e alguns lugares que ela costuma frequentar”, disse.
O delegado afirma que, ao fazer a postagem, a pessoa deve ter em mente que tipo de informação é relevante para que a pessoa seja encontrada. “Mais do que isso é desnecessário e pode ser prejudicial à própria pessoa”, alerta.
Para ter mais informações sobre pessoas desaparecidas no Paraná, é possível acessar o site da Polícia Civil específico para esses casos.
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