Após 30 dias do desaparecimento da universitária Carla Vicentini, de 22 anos, em Newark, nos Estados Unidos, a família começa a viver momentos de pânico e angústia por falta de informações concretas sobre o paradeiro da filha.
Carla embarcou no início de janeiro para os Estados Unidos, por meio de um programa de intercâmbio da agência World Study Educação Intercultural, com o objetivo de trabalhar e estudar inglês. Em Dover, New Jérsei, Carla trabalhou por duas semanas em uma rede de lanchonetes, mas se mudou, sem avisar a agência contratada para levá-la aos EUA, para a cidade de Newark a oito quilômetros de Manhattan - para morar com a brasiliense Eduarda Ribeiro, de 20 anos, - conhecida como Duda - que ela conheceu durante o vôo.
Em 9 de fevereiro, Carla foi vista pela última vez conversando com um americano no clube Adega Bar and Grill, local de trabalho de Eduarda. "Fui a única que vi e conversei com ele", disse Duda, sem comentar o que falou com o americano. De acordo com ela, o homem com quem Carla conversou e pegou carona até o apartamento onde morava, tem aproximadamente 30 anos. Duda fez o retrato falado do americano e a polícia de Newark ofereceu US$ 2 mil de recompensa a quem fornecesse qualquer pista sobre Carla.
Um mês após o sumiço de Carla nenhuma informação concreta sobre o caso existe aumentando o desespero da família. "Minha cabeça mais parece uma panela de pressão, não sei mais nem o que pensar", diz a mãe de Carla, Tânia Maria Pereira Vicentini. Segundo ela, a família inteira vive em um buraco. "Estou sentindo que a nossa vida está morrendo por causa do sumiço da Carla. É uma tortura que vai consumindo aos poucos".
Esperando notícias
Moradores há 40 anos em Goioerê, o contabilista Orlando Vicentini e a empresária Tânia Maria Pereira Vicentini, viviam uma vida normal até o desaparecimento da filha. "Hoje a minha vida se resume a ficar dentro de casa grudada a esse telefone a espera de uma notícia que traga a Carla de volta. É tudo que mais quero", comenta a mãe. A única informação que a família recebe diariamente é sobre o andamento das investigações na cidade onde a universitária desapareceu. "Quase todo dia o consulado liga, mas é para fazer perguntas ou passar alguma novidade. Sempre esperamos a melhor notícia, mas há 30 dias ela não chega", desabafa a mãe.
Poucas informações
Para a família de Carla, a informação que chega por meio de telefonemas é de que o caso está sendo investigado e de que não deve ser esquecido. Mas, para o deputado federal Hermes Parcianello (PMDB), que chegou em Newark nesta segunda-feira (06) para acompanhar e pressionar as autoridades, as investigações estavam paradas e o caso estava tendo repercussão apenas no Brasil. "Os comentários da polícia eram de que existem centenas de pessoas desaparecidas e que o caso de Carla era apenas mais um", diz Parcianello.
Segundo ele, nos dois dias em que esteve em Newark, entrou em contato com políticos locais e presidentes de associações de brasileiros, para pressionar as autoridades nas investigações. "Fizemos pressões para que o caso não se torne mais um". Conforme ele, nesta quarta-feira (8) o consulado brasileiro contratou um advogado para auxiliar nas intermediações entre polícia americana e consulado brasileiro. "Esse profissional terá uma função importante entre os dois lados". Parcianello deve retornar nesta quinta-feira ao Brasil. "Encerrou a missão de dois dias, e tudo que esteve ao alcance foi feito", comenta o deputado.
Recompensa
Ainda segundo Parcianello, o empresário americano Peter Pantoliano, proprietário de uma cadeia de lojas do setor de ótica Eye Contact Vision Center, aumentou na quarta-feira para US$ 3 mil a recompensa para quem passar informações do paradeiro de Carla. "Não tenho nem como agradecer toda a ajuda que o povo americano está dando para encontrar minha filha", diz Tânia.
No Itamaraty, a única informação é de que todas as novidades do caso são passadas somente à família e que o consulado em Nova York continua em contato com a polícia americana para ter notícias do paradeiro de Carla.
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