O sistema para contagem de pessoas SmartLok, utilizado pelo Movimento Brasil Livre na manifestação de 13 de março, em São Paulo, é comercializado desde outubro de 2015 pela empresa Conex Tecnologia em Gestão, que passa por incubação na Universidade Estadual de Maringá (UEM). O software, criado pela startup israelense StoreSmarts, pode ser a solução para as discrepâncias nas contagens de público em eventos como esse.
O sistema também já foi testado pela própria Conex na manifestação que ocorreu em Maringá no último dia 17 e deve ser usada novamente nesta quarta-feira (23), no ato organizado pelo grupo “Maringá Vem Pra Rua”.
Segundo o diretor de desenvolvimento da Conex, Fernando Panice, o sistema é composto por um software que deve ser baixado em um computador e uma antena que funciona como sensor. Ele capta o sinal de wi-fi dos celulares dos participantes da manifestação, sendo possível não apenas contá-los, mas “identificá-los”.
“O sistema identifica o endereço de cada celular [código semelhante ao IP do aparelho] e grava esse número. Com isso, você pode saber se a pessoa retornou ao local e quanto tempo ela ficou ali. No caso das manifestações, por exemplo, você consegue saber quantas pessoas participaram de todas”, explica Panice.
O sensor funciona para um raio de até 70 metros. Para áreas maiores, é recomendado o uso de duas ou mais antenas, que já vem com o software embutido e um pen drive onde as informações são armazenadas.
Conforme Panice, o índice de acerto do sistema varia de 85% a 90%. “Isso porque algumas pessoas podem estar sem o celular ou com o wi-fi desativado”, diz o diretor de desenvolvimento da Conex. Na manifestação de São Paulo, quando a própria StoreSmarts autorizou o uso do sistema gratuitamente, os números obtidos pelo SmartLok foram semelhantes aos divulgados pela Polícia Militar.
No comércio
Desenvolvido pela empresa israelense Smart Store, o software homônimo foi criado para medir o fluxo de pessoas em estabelecimentos comerciais e foi trazido ao Brasil pela Conex em outubro de 2015. A partir dos dados levantados pelo sistema, é possível tomar diversas decisões relacionadas ao negócio, como horário de abertura e fechamento e melhores horários para fazer promoções, além de testar vitrines, etc.
Além de disponibilizar o sistema para comércio no Brasil, a startup israelense permitiu que os desenvolvedores da Conex continuassem trabalhando com o sistema para desenvolver novas funcionalidades e formas de análise. Atualmente, além do uso em manifestações e eventos de grande porte, a empresa maringaense estuda os benefícios para o uso do sistema em restaurantes.
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