Em Florianópolis, um deslizamento de terra na principal rodovia de acesso à região Norte dividiu a cidade ao meio. A SC-401 está interditada nos dois sentidos por causa de um grande deslizamento de terra ocorrido no morro de Cacupé. Um caminhão, soterrado no deslizamento, já foi retirado do local, mas o motorista - Ricardo Dias de Oliveira, de 34 anos, natural de Carazinho (RS) - continuava desaparecido até o início da noite desta segunda-feira (24). Nenhum hospital confirmou a internação do motorista. A Defesa Civil também considerava a possibilidade de duas pessoas a bordo de um automóvel Omega bordô estarem abaixo da terra. Se for confirmado, essas serão as primeiras mortes na capital no número total de mais de 50 vítimas constatado na tragédia de Santa Catarina.

CARREGANDO :)

Geólogos do governo avaliam que a liberação da pista envolve o deslocamento de 10 mil metros cúbicos de terra, trabalho que levaria cerca de 20 dias com as atuais condições climáticas, que prevê mais chuvas nesta terça-feira. Na segunda, um volume de terra equivalente a 300 caminhões de terra já havia sido retirado do local.

A SC-401 tem um fluxo médio diário de 40 mil veículos, e com a interdição cerca de 150 mil moradores da região Norte têm que buscar caminhos alternativos para chegar ao centro. O trânsito local está sendo desviado pelo antigo caminho dos Açores, no bairro de Santo Antônio de Lisboa, com precárias condições de escoamento de veículos. A única rota alternativa para o Norte da Ilha é a rodovia SC-405, de pista simples, que liga a parte Leste ao Norte através do distrito de São João do Rio Vermelho. No entanto, o principal acesso ao Leste também ficou comprometido quando, por volta das 18h15 de ontem, um caminhão-baú tombou no morro da lagoa da Conceição. Até o início da noite não havia perspectiva de retirada do veículo da estrada.

Publicidade

Água

Além da malha viária danificada – buracos aparecem em vários pontos asfaltados em toda a cidade – o comprometimento no abastecimento de água é outra conseqüência negativa das 15 semanas de chuva que incidem na capital e no estado de Santa Catarina. Por causa de um rompimento da segunda principal adutora de água, a tubulação por onde passa a água captada no rio Pilões, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) está fazendo um rodízio no abastecimento das regiões central e continental de Florianópolis, e também dos municípios vizinhos de Biguaçu, São José, Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça. O racionamento afeta 800 mil pessoas residentes da região da Grande Florianópolis.

Transportes

Na parte de transportes, o movimento do terminal rodoviário Rita Maria foi muito pequeno. Desde o início da manhã a maioria dos ônibus nem saiu das garagens das empresas, espelhados na experiência dos que saíram na noite de domingo e tiveram que retornar. Até o início da noite de ontem as empresas não estavam vendendo passagens, orientação que permaneceria até que as rodovias sejam liberadas pela Polícia Rodoviária. No aeroporto internacional Hercílio Luz, no entanto, o movimento foi normal: apesar da chuva e da pouca visibilidade, os vôos tiveram movimento regular e registraram apenas 2% de atrasos.

Publicidade