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Doações na região serrana do Rio: problemas na comunicação levam aeronaves para a mesma localidade | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Doações na região serrana do Rio: problemas na comunicação levam aeronaves para a mesma localidade| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Deslizamento mata uma pessoa em São Paulo

Uma pessoa morreu vítima de um desmoronamento em Mauá, na Grande São Paulo, durante as fortes chuvas que atingiram diversos municípios da região metropolitana na tarde de ontem. A informação foi confirmada pela prefeitura, que não soube informar detalhes da vítima. O imóvel que desabou ficava no Jardim Zaíra.

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Irmãos furtam água e comida

Dois homens foram presos na noite de segunda-feira, no Rio de Janeiro, acusados de furtar parte das doações para as vítimas da enchente na região serrana do estado. O motorista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Gilson Silva do Nascimento, 48 anos, foi preso em flagrante com o irmão Jorge Mauro do Nascimento, 52 anos, em Campo Grande, na zona Oeste do Rio.

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Teresópolis (RJ) - Informações desencontradas fizeram com que helicópteros de equipes de socorro transportassem mantimentos mais de uma vez para as mesmas localidades em áreas isoladas de Teresópolis, na região serrana do Rio. Na segunda-feira, um grupo de vítimas de deslizamentos precisou avisar aos tripulantes de uma aeronave que já havia recebido água e alimentos naquele dia.

Policiais militares de três estados, funcionários do Ibama e homens da Força Nacional de Segurança se estabeleceram em uma base no bairro da Várzea para levar donativos e resgatar moradores que estão ilhados. A prefeitura e o Corpo de Bombeiros passaram a centralizar o comando das operações a fim de evitar falhas, mas a medida não foi suficiente para evitar que aeronaves fizessem viagens desnecessárias.

O problema de comunicação entre autoridades, equipes de resgate e organizações de ajuda independentes fez com que muitos moradores de pontos isolados de Teresópolis passassem a estocar mantimentos, já que recebem mais produtos do que a comunidade pode consumir.

Militares envolvidos nas operações confirmam que, nos primeiros cinco dias de socorro às vítimas do temporal, equipes "bateram cabeça", realizando missões coincidentes ou improdutivas – classificadas por voluntários como "desperdícios de esforço". "Poderiam usar os helicópteros para entregar comida para quem ainda precisa, mas ainda falta organização", disse um homem que tentava ajudar as equipes.

Ontem, um helicóptero Águia da Polícia Militar de São Paulo voou até o bairro Salaco, na periferia de Teresópolis, para resgatar um homem ferido por um cachorro. A informação havia sido passada à base pelo Corpo de Bombeiros, mas a equipe de socorro não encontrou a vítima e voltou ao centro da cidade sem realizar o resgate. "Voamos 4 quilômetros até o local, mas não conseguimos encontrar o homem ferido. Há desencontro de informações ou casos em que não recebemos um retorno se a vítima já foi retirada", afirmou o capitão Paes, da PM paulista.

Irritação

A decisão da prefeitura de Teresópolis de centralizar a distribuição de donativos e as operações de resgate para evitar essas falhas têm irritado voluntários. Mantimentos só poderiam ser distribuídos com autorização expressa do município, o que teria impedido dezenas de missões de auxílio feitas por cidadãos comuns dispostos a ajudar.

Voluntários em um galpão precisaram esperar por horas para receber sacos de arroz, que estavam em falta, e foram barrados na saída de outros locais de doações. "Funcionários do município tentaram impedir a saída de caminhões com mantimentos e disseram que a entrega de donativos só seria feita com autorização deles, o que é um absurdo", relata Edu Trevisan, coordenador de uma equipe de voluntários no microblog Twitter.

A prefeitura de Teresópolis nega a existência de conflitos com voluntários e organizações internacionais, mas reitera que é sua responsabilidade comandar a distribuição de mantimentos para evitar desvios e garantir que todas as famílias recebam todo o material de que necessitam. As autoridades municipais também alegam que é preciso organizar as missões em helicópteros para realizar um controle unificado do espaço aéreo da região.

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