Sem condições mínimas para abrigar detentos, a Delegacia de Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, foi fechada por decisão da Justiça. A unidade está impedida de manter presos e de receber novos detentos desde a última sexta-feira (4), informou nesta segunda (7) a Defensoria Pública do Estado do Paraná.
A liminar que determinou o fechamento da delegacia veio de uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do estado em conjunto com a Defensoria. A mesma ação chegou a pedir que a unidade fosse interditada no ano passado, mas, na ocasião, o pedido não foi atendido pela Vara da Fazenda Pública do Foro Regional de Campina Grande do Sul.
Segundo a Defensoria, o novo entendimento da Justiça foi beneficiado pelo motim na delegacia registrado em fevereiro deste ano. Na ocasião, havia 43 presos no local que tem capacidade para oito detentos. Eles forçaram a socos e chutes as paredes e quebraram as celas do local. Apesar da violência da ação, ninguém ficou ferido e a situação foi controlada após a chegada da Polícia Militar e do Comando de Operações Especiais (Cope), da Polícia Civil.
Após a rebelião, os presos foram retirados da unidade e encaminhados à Casa de Custódia de Piraquara. Alguns dias depois, cinco detentos voltaram à carceragem, mas conseguiram fugir.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a decisão não vai impactar a segurança do município porque desde a rebelião não há mais presos nas carceragens da Delegacia de Quatro Barras. Segundo a secretaria, a maior parte dos suspeitos presos no município é encaminhada à delegacia de Campina Grande do Sul. O órgão respondeu também que já está em trâmite um processo para liberar a reforma do distrito policial.
O delegado responsável pela delegacia de Quatro Barras e também pela de Campina Grande do Sul, Osmar Feijó, confirmou que atualmente a delegacia está sem detentos. Segundo ele, os serviços da unidade continuam funcionando normalmente, e os suspeitos só são encaminhados ao local em casos de flagrante. Nesses casos, eles realizam o procedimento de flagrante e são imediatamente encaminhados à Campina Grande do Sul.
A reportagem tentou entrar em contato com o Defensor responsável pelo caso, Luís Felipe Pimentel da Costa, mas ele não foi localizado.
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