Ano novo e carnaval são as duas épocas de mais trabalho para os guarda-vidas na temporada de verão nas praias. O público jovem aliado ao consumo de álcool potencializa os casos de afogamentos no mar nessas datas. Risco que pode ser evitado com medidas simples. “Basta o banhista ter cuidado e não exceder o limite de sua própria segurança”, enfatiza a tenente Virgínia Turra, porta-voz do Corpo de Bombeiros na Operação Verão.
Dá pra entrar no mar? Entenda a sinalização usada nas praias do estado
Álcool/drogas
Se tiver consumido bebida alcóolica, não entre no mar. “Sob o efeito de álcool, a pessoa perde a capacidade de avaliar riscos. E isso pode ser fatal quando se está no mar”, aponta a tenente Virginia Turra. A orientação também vale para outras drogas, incluindo alguns medicamentos que causam sonolência. Se alguém nessas condições quiser entrar na água, impeça.
Crianças na areia
Em nenhum momento as crianças devem ficar desacompanhadas na praia. Na areia, o recomendável é que os pais ou responsáveis combinem de cada um cuidar de uma criança. Se pai e mãe, por exemplo, ficam responsáveis por todos os filhos, pode acontecer de os dois estarem acompanhando só uma delas, enquanto a outra se perde.
Pulseirinha
Mesmo ficando de olho nas crianças, pode acontecer de elas se desgarrarem da família. Por isso é fundamental que os pais coloquem no braço dos filhos a pulseirinha com nome, telefone e endereço, o que facilita encontrar os responsáveis. Opte sempre pela pulseirinha cedida pelos próprios bombeiros. Alternativas feitas em casa, como pulseira de fita adesiva, podem se deteriorar facilmente no mar.
Crianças no mar
Se na areia a criança jamais deve estar desacompanhada, no mar o cuidado vale mais ainda. Os pequenos só devem entrar na água com o acompanhamento de um adulto. O adulto, aliás, deve sempre se manter à distância de aproximadamente um metro da criança - o equivalente a um braço estendido. Dessa forma, caso a criança se desequilibre na água, é mais fácil puxá-la e retirá-la do mar.
Salvamento
Não tente ajudar se você não for capacitado a socorrer alguém que esteja se afogando. Muitas vezes, ao tentar ajudar, a situação pode piorar. O ideal, explica a tenente Virginia Turra, é sempre procurar o auxílio de um guarda-vidas.
Companhia
Tente sempre entrar no mar acompanhado, mesmo quando ficar na parte rasa. Se algo ocorrer a uma das pessoas, a outra pode buscar socorro.
Brinquedos infláveis
Nenhum brinquedo inflável deve ser considerado item de segurança. Principalmente para crianças. Em alguns casos, ressalta a tenente Virginia Turra, esses brinquedos podem até agravar o quadro de afogamento. “Eles podem inverter a posição das crianças no mar, as deixando de cabeça para baixo, o que só piora a situação”, reforça a porta-voz dos Bombeiros.
Mar de noite
O recomendável é não entrar no mar de noite, já que de madrugada os salva-vidas não estão de plantão. Se for pular as sete ondas da sorte na entrada do ano novo, só entre no mar até a altura do joelho. Mais do que isso, você pode estar correndo risco.
Água-viva
Se você for atacado por uma água-viva, procure imediatamente um posto de salva-vidas. Em todos os postos há vinagre para ser aplicado no local intoxicado. Até ser atendido, passe apenas a água do próprio mar no ferimento. Água doce só agrava a situação. Não passe nenhum outro produto além de vinagre e a própria água do mar. Dependendo da intensidade da intoxicação, a pessoa pode até se afogar ao ter contato com água viva. Portanto, informe os salva-vidas o local onde aconteceu a intoxicação, para o registro entre nas estatísticas de áreas perigosas.
Litoral já teve 71 casos de afogamento
Nos primeiros cinco dias da Operação Verão, foram cerca de 11 casos atendidos por dia
- Antoniele Luciano especial para a Gazeta do Povo
Os guarda-vidas que atuam no litoral do Paraná têm atendido uma média de 11 casos de afogamento por dia. O balanço, segundo o Corpo de Bombeiros, vai do de 22 a 27 de dezembro, os primeiros dias desta temporada de verão.
Em 2015, no mesmo período, foram 194 acidentes deste tipo na água. Na época, houve um feriado prolongado entre esses dias, o que, conforme a corporação, colaborou para que a frequência de banhistas fosse maior nas praias do estado.
Ao todo, 89 postos de guarda-vidas estão abertos durante a operação, com 661 profissionais. Todos podem atuar como guarda-vidas.
Na sexta temporada como guarda-vidas, o bombeiro Eduardo Henrique de Oliveira Santos, 26 anos, relata que já trabalhou, nos últimos dias, em casos que vão desde banhistas que se afogaram por não saber nadar até situações mais diferentes. Ele cita veranistas que se machucaram ao saltar de pedras, em áreas consideradas de risco, e um banhista que entrou bêbado no mar e teve um coma alcoólico na água.
“Sempre recomendamos que as pessoas frequentem áreas mais próximas dos postos de guarda-vidas e com sinalização de cobertura”, alerta o profissional, ao assinalar que as bandeiras coloridas ao longo da orla têm um significado importante a ser entendido pelos banhistas.
As bandeiras de cor preta sinalizam que a região da praia não é monitorada pelos bombeiros. Já as de cor vermelha sobre amarela, sinalizam que a área tem acompanhamento de guarda-vidas.
Cores de bandeiras hasteadas com também podem indicar a condição do mar em um determinado momento. Se for verde, indica que mar está em condições ideais para banho, com baixo risco. Se a bandeira for amarela, a intenção é chamar a atenção do veranista para que fique em alerta. Já a bandeira duplamente vermelha mostra que a região está interditada para banho.
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