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O delegado-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse nesta segunda-feira (4), em Curitiba, que o Brasil precisa modernizar o sistema migratório com o objetivo de facilitar e não emperrar a fluidez no trânsito de pessoas e as relações entre os países. "Se a fronteira não avançar, vamos ser fator de custo", destacou em palestra a participantes da 7ª Conferência Executiva de Segurança Pública para a América do Sul da Associação Internacional dos Chefes de Polícia. "Temos que ter a segurança de saber quem entra, onde vai e o que veio fazer, e com isso dar fluidez para relações turísticas, comerciais e o trânsito de pessoas, que é o que move os acordos nos grandes blocos regionais que estão se estabelecendo."

Segundo Corrêa, é preciso reconsiderar o termo fronteira e não encará-lo mais como separação ou resistência entre os povos. "A diretriz sempre foi de contenção, mas se continuarmos encarando assim contraria o que falamos aqui sobre a integração", observou. Para ele, a nova visão precisa incluir o conceito de soberania. "A fronteira é ponto de encontro e marco limite de nossa soberania e início da soberania do vizinho", afirmou. "As soberanias dialogam."

O diretor da PF destacou que, no conceito de fronteira apenas como burocracia e presença física da polícia para contenção, pode-se agravar o problema de criminalidade transnacional, que consegue adaptar-se e planeja as atividades levando em conta isso. Segundo ele, a burocracia acaba limitando o trabalho das pessoas de bem e da própria polícia. Corrêa acentuou que, no caso do Mercosul, houve avanço nas áreas de comércio e tarifária, mas a segurança começou a ser tratada somente nos últimos anos.

Se for olhar na dimensão do mundo globalizado, o diretor da PF disse que o conceito de fronteira passa a ser irrelevante. "A soberania ganha contexto virtual e temos que trabalhar com essa dimensão", destacou. "Nesse campo, não existe fronteira para execução e nem para os resultados dos crimes cibernéticos." Segundo ele, é necessário investir em inteligência e tecnologia para se antecipar aos crimes e dar a resposta que a sociedade espera.

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