RS tem 246 cidades em emergência
São Paulo - Balanço divulgado ontem pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul mostrou que passa de 219 para 246 o número de municípios em situação de emergência devido à estiagem. Apesar disso, a Defesa Civil afirma que as chuvas que atingem a região nesta semana começaram a amenizar o problema.
Dez municípios já receberam ajuda do governo estadual, que mandou filtros de água, mosquiteiros e cestas básicas. A Defesa Civil estima que 1,2 milhão de pessoas estão sofrendo com a seca. Os prejuízos para a agricultura não podem ser definidos ainda, pois há cidades em que a Defesa Civil não concluiu o processo de vistoria necessário para a decretação da situação de emergência.
Em Santa Catarina, 128 municípios em situação de emergência. Com os decretos, a prefeitura pode solicitar recursos do estado e da União para restabelecer a situação de normalidade e fica dispensada de fazer licitação para obras ou serviços que tenham como finalidade resolver problemas causados pela situação emergencial.
Folhapress
Florianópolis - Cerca de 330 mil peças de roupas e alimentos doadas para os atingidos das enchentes em novembro e dezembro do ano passado, em Santa Catarina, foram apreendidas em um galpão, anexo a um brechó, na cidade de Rio Negrinho, no Planalto Norte do estado. O empresário e dono do brechó, Ismael Evelson Ratzkob, 37 anos, foi preso em flagrante. Em depoimento, ele informou para a polícia que pegava os produtos em Ilhota, uma das cidades mais atingidas pela tragédia, e os levava para um depósito particular onde vendia peças para a população por até R$ 1. Ismael teve prisão temporária decretada.
"Isso nos causa uma grande indignação. Pessoas inescrupulosas se aproveitando das boas intenções de quem doou e da desgraça alheia para proveito próprio. É revoltante. A polícia já abriu inquérito para que se identifiquem os culpados", disse o secretário de Justiça e Cidadania de Santa Catarina, Justiniano Pedroso. O diretor estadual de Defesa Civil, major Márcio Luz Alves, defende que os culpados sejam punidos exemplarmente. "A polícia tem que saber qualificar este tipo de crime. Infelizmente, em situações de desastre e caos, a gente não consegue identificar quem é ou não honesto", ponderou o oficial.
A Polícia Civil de Rio Negrinho, por meio do inquérito, vai apurar se houve participação de funcionários da prefeitura de Ilhota na liberação das doações. Segundo o delegado da cidade, Procópio Batista Neto, poderá ocorrer o indiciamento de outras pessoas por corrupção, crimes tributáveis e falsidade ideológica. Entre os suspeitos do desvio de donativos estão alguns funcionários públicos.
De acordo com as declarações, o empresário buscava o material em um galpão da prefeitura de Ilhota, Vale do Rio Itajaí, onde ocorreram 47 das 135 mortes durante a enchente. Foram pelo menos 10 viagens feitas com um caminhão para transportar os produtos até Rio Negrinho. Ele disse que o material era liberado pelos próprios funcionários da Prefeitura. "Não vejo qualquer problema em revender. É sobra da enchente. Estas roupas e alimentos seriam enterrados ou jogados no lixo", afirmou Ratzkob à polícia.
A advogada do empresário, Patrícia Noronha, não quis comentar o caso. "Sobre isso eu não vou falar. O processo está bem no início, as investigações estão em andamento. O acesso aos autos hoje (ontem) foi muito rápido. Não tenho como analisar as provas, se existem provas. Mesmo evitando comentários, ela disse que tinha entrado com um pedido de relaxamento da prisão de Ratzkob na Justiça.
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