Os professores do ensino fundamental e médio do Paraná são os funcionários que tiveram maior aumento entre os servidores públicos do estado na primeira gestão do governador Beto Richa (PSDB). Em compensação, esses profissionais ainda têm salário nominal de ingresso menor do que o comum para início de carreira de outras categorias que também exigem o ensino superior como pré-requisito. A análise foi feita com base em dados da Secretaria de Estado de Administração e Previdência (Seap).
Enquanto um pedagogo com carga de 40 horas semanais entra na rede estadual com salário nominal de R$ 2.473, um pedagogo que entra em outra secretaria do estado tem rendimentos de ingresso de R$ R$ 3.194, pelas mesmas 40 horas. A divergência é histórica e o estado só conseguiu equiparar os salários dos docentes com profissionais de nível superior do quadro próprio do estado no ano passado. Isso porque o governo passou a pagar aos professores um bônus chamado de auxílio-transporte.
O benefício é pago todos os meses (inclusive nas férias e no 13.º salário). Atualmente, o valor do benefício está em R$ 721,50 – valor que não consta oficialmente como salário nas folhas de pagamento.
Marlei Fernandes, da diretoria da APP-Sindicato, explica que desde 2006, na época do Governo Requião, havia uma campanha salarial pela equiparação salarial. No início do mandato de Richa, segundo ela, um dos compromissos assumidos pelo atual governador foi atingir a equidade dos salários com as demais categorias.
No último ano do primeiro mandato, com o pagamento do auxílio-transporte, o valor recebido pelos professores foi atingido, segundo ela. “O governo vem divulgando que o salário do magistério aumentou de maneira absurda, mas ele simplesmente cumpriu a legislação. E isso apenas porque houve muita luta da nossa categoria.”
O governo do Paraná defende que para chegar à equiparação salarial, o aumento extra, acima das datas-base, foi de 26% nos últimos quatro anos. O órgão diz também que os professores do estado têm salários mais altos que a maior parte dos estados do país, enfatizando o fato de a média salarial dos docentes ser de R$ 4 mil, mais o auxílio-transporte. Pelo plano de carreira, segundo o governo, um professor que se aposentar na profissão pode chegar a ter remuneração de R$ 10 mil mensais. Entre os benefícios que o estado diz ter adotado no último mandato também está a ampliação em 75% da hora-atividade – período em que o professor pode ficar fora da sala de aula para corrigir provas e trabalhos e planejar aulas.
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