Documentos em nome do ex-deputado estadual Fabio Camargo foram apreendidos durante a operação da Polícia Civil que desmantelou um esquema de disque-drogas na lanchonete Waldo X-Picanha Prime, em Curitiba. Além de uma conta de telefone no nome de Camargo - com o endereço exato do estabelecimento - havia vários recibos e documentos do antigo escritório de advocacia do ex-deputado que foram apreendidos durante a ação que foi chamada de Operação Salgueiro. A apreensão foi divulgada pela RPCTV na noite desta sexta-feira (26).
Em entrevista à Gazeta do Povo, o delegado chefe da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), Miguel Stadler, disse que a polícia vai apurar os motivos de os documentos estarem no local.
O dono do Waldo X-Picanha Prime, Alexandro Cardoso, preso na quarta-feira pela polícia na ação da Denarc, é ex-funcionário da Assembleia Legislativa do Paraná e trabalhou na 4ª secretaria, quando Camargo assumiu a mesma no começo do ano passado. "Houve uma série de apreensões e agora vamos checar a razão desses documentos estarem lá", explicou o delegado.
Na quarta-feira, a Denarc prendeu sete pessoas suspeitas de usar bares como o Waldo X-Picanha Prime para vender cocaína. Neste estabelecimento, o esquema também era feito por delivery para clientes "vips". Além de vender sanduíches, o estabelecimento fornecia droga aos clientes no próprio local ou em casa. Mais três bares foram fechados suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas. Todos estão localizados no centro da cidade. Outros três suspeitos foram presos durante os sete meses de investigações.
Procurado pela reportagem na quinta-feira (25), o ex-deputado se disse surpreso pela prisão de Cardoso, seu ex-funcionário na Alep. "Foi uma surpresa para mim. Como funcionário sempre desempenhou bem a função. Não tenho o que falar", disse em entrevista por telefone.
Em contato neste sábado (27), Camargo alegou que não há relações suas com o caso. Ele disse tinha planos para abrir um negócio no local onde operava o Waldo X-Picanha Prime, por isso mandou instalar a linha de telefone, afirmando ter documentos que provam que pediu a transferência dela do local há mais de um ano.
Ele afirmou que os documentos de seu escritório de advocacia encontrados na lanchonete se referiam a um trabalho prestado a terceiros, sem relação com seu negócio, que, ainda segundo Camargo, estaria fechado há um ano e meio.
O ex-deputado disse ainda que seus advogados irão à Denarc na segunda-feira (29) para apresentar documentos que comprovam suas alegações.
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