Dois dias antes de Cascavel notificar o primeiro caso suspeito de ebola do Brasil, um curso de capacitação havia sido aplicado para médicos, coordenadores de unidades de saúde e outros profissionais da área. A palestra foi coordenada pela médica infectologista Juliana Gerhardt e a capacitação, realizada no auditório do Senac, foi uma iniciativa da Divisão de Vigilância Epidemiológica da secretaria Municipal de Saúde.

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Além da palestra, foi apresentado um vídeo com os cuidados a serem tomados quando há suspeita de casos. A cidade se preparava para um simulado de atendimento, mas o caso suspeito do paciente Soulyane Bah, 47, africano da Guiné, apareceu antes do novo treinamento acontecer.

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Para a infectologista que atua no Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) e em um hospital privado da cidade, a ação imediata e as medidas adotadas após a suspeita do caso não foi exagero. "Em um caso como esse nada é excesso, tudo tem que ser decidido rápido", afirma. Ela diz que a mobilização em torno do caso pode ter assustado a população, mas essas são as medidas adequadas.

Segundo Juliana, durante a capacitação foram discutidas todas as propostas de atendimento. "Ninguém imaginava na terça-feira que o primeiro caso suspeito fosse chegar tão rápido entre nós", diz a infectologista.

O novo treinamento iria ocorrer assim que chegassem as roupas especiais para paramentar os servidores. Muitos equipamentos de segurança para os profissionais de saúde estão em falta no mercado porque há uma grande demanda. O treinamento foi teórico e a médica conta que não esperava que Cascavel precisasse partir a prática tão cedo e em um caso real de atendimento.

O resultado do primeiro exame feito no paciente suspeito foi negativo, segundo divulgou neste sábado (11) o Ministério da Saúde. Neste domingo (12), uma nova amostra de sangue será colhida para fazer a contraprova do exame que será divulgada na segunda-feira (13) para descartar de vez a hipótese da doença. Segundo Juliana, a probabilidade é pequena, mas existe a possibilidade do segundo exame ser positivo.

"Eles [os exames] têm sensibilidade, especificidade acima de 90%, às vezes até 99%, então, para ter uma certeza maior precisa de duas amostras. Se a primeira viesse positiva aí fechou o caso", diz a médica.

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