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Em 5 meses, 346 acidentes

A tragédia provocada pelo ligeirinho da linha Colombo/CIC, que matou dois homens e deixou 32 pessoas feridas, na última quinta-feira, no Centro de Curitiba, acendeu um sinal de alerta sobre o transporte coletivo. De janeiro a maio, foram registrados 346 acidentes envolvendo ônibus ou micro-ônibus na capital, mais de duas ocorrências por dia (2,29, em média) – um aumento de quase 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Em boa parte dos acidentes – 226 do total –, houve vítimas.

O excesso de velocidade dos ônibus e a imprudência de motoristas, pressionados pelo controle de horário, são normalmente citados por usuários como a principal causa dos acidentes. Mas no caso da tragédia de quinta-feira, o depoimento do condutor e o relato de testemunhas apontam para pane mecânica como a provável causa. Se foi problema técnico ou falha humana, só a perícia poderá concluir, o que deve ocorrer em um prazo de 30 dias.

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Entrevista

Joice Malakoski, perita criminal.

A perita criminal Joice Malakoski, chefe da divisão técnica da capital, diz que em 98% dos casos os acidentes são causados por falha humana, incluindo a falta de manutenção dos veículos. A equipe de Joice está responsável pelo laudo do acidente com o ligeirinho que matou duas pessoas e feriu outras 32 na Praça Tiradentes. Um perito criminal e um engenheiro mecânico ficarão responsáveis pelo laudo, que deverá ficar pronto em 30 dias, no mínimo.

Como funciona a perícia?

Foi feita perícia do local e foi pedido para que o ônibus ficasse isolado para que fossem feitos exames complementares.

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Enterro

Mortos em atropelamento recebem homenagens

Aline Peres

Os corpos das duas vítimas do acidente na Praça Tiradentes foram velados e sepultados ontem na presença de amigos e familiares. O sonoplasta Edison Pereira da Silva, 56 anos, foi atropelado no ponto pelo ligeirinho.

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Delegado descarta embriaguez e mal súbito

Segundo o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito, as hipóteses de embriaguez ao volante e de mal-súbito do motorista estão descartadas na investigação sobre o acidente na Praça Tiradentes.

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Casal escapa da colisão por um metro e meio

Para testemunhas e sobreviventes do acidente, a tragédia não será esquecida tão cedo. O casal Hilda e Ricardo Silva, ambos com 47 anos, proprietários de uma banca de revistas na Praça Tiradentes, escaparam por pouco do ônibus descontrolado.

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Das 32 pessoas que ficaram feridas no acidente envolvendo um ônibus ligeirinho da linha Colombo/CIC, na quinta-feira (10), na Praça Tiradentes, em Curitiba, duas mulheres continuam internadas nesta segunda-feira (14). Maria Inês Marcondes, de 42 anos, e Claudete Pimentel Silveira, de 30 anos, estão conscientes e o estado delas é considerado estável, mas como os ferimentos foram mais graves, não há previsão de quando elas receberão alta. Duas pessoas morreram no acidente.

Maria Inês está internada no Hospital Cajuru. Ela se recupera de uma cirurgia feita para corrigir as fraturas que sofreu nas duas pernas. Como seu trauma foi mais delicado, ela permanece mais tempo no hospital para receber o acompanhamento médico.

Já Claudete segue em observação no Hospital Angelina Caron. Ela fraturou duas vértebras na coluna cervical e deve passar por mais uma bateria de exames nesta segunda-feira (14), para determinar a necessidade de uma cirurgia e verificar a extensão da lesão. Por conta da fratura, ela não tem muita mobilidade, embora mexa braços e pernas normalmente. Foi recomendado que a paciente falasse pouco. Ela também não pode mastigar.

Vítimas foram enterradas

Os corpos das duas vítimas fatais do acidente foram enterrados na tarde desta sexta (11), em Curitiba.

Edison Pereira da Silva trabalhava no Teatro Guaíra como sonoplasta e era responsável pelos registros audiovisuais das produções da casa. Carlos Alberto Fernandes Brantes, de 63 anos, foi a segunda pessoa a morrer por causa do acidente. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no helicóptero a caminho do Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. Ambos passavam pela praça no momento do acidente.

Motorista é liberado

O motorista do ônibus, José Aparecido Alves, de 49 anos, foi solto na madrugada desta sexta-feira (11). Ele havia sido preso logo depois de ser liberado pelo Hospital Cajuru, onde recebeu atendimento.

O motorista chegou à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) por volta das 18 horas da quinta-feira (10), prestou depoimento e ficou detido até a 1h15 de sexta-feira. Ele foi autuado em flagrante por homicídio culposo.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Cobradores e Motoristas de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Denilson Pires, Alves relatou que escolheu o local da batida, buscando o espaço com menos pessoas.

Acidente

O acidente ocorreu em um dos horários de maior movimento na Praça Tiradentes, no Centro da capital. O ônibus havia acabado de deixar a estação tubo na praça, quando seguiu fora de controle, atingiu um taxi que estava parado na rua, furou o sinal vermelho, colidiu contra um carro, invadiu a calçada, derrubou o ponto de ônibus e entrou na loja Pernambucanas.

No momento do acidente, 30 pessoas estavam no ônibus. Das 32 pessoas que ficaram feridas, 30 tiveram ferimentos leves e duas ficaram em estado grave. Os feridos foram levados para os hospitais Evangélico, Cajuru, Trabalhador e Angelina Caron. Dois helicópteros, um da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e outro do governo do estado, auxiliaram no socorro às vítimas mais graves.

Investigação

Três testemunhas do acidente foram ouvidas pela polícia na quinta-feira (10). De acordo com o telejornal ParanáTV 2ª Edição, da RPCTV, todas confirmaram que o ônibus estava desgovernado.

Uma das passageiras do ônibus, Luzia dos Santos, de 34 anos, contou que pegou o ônibus na estação-tubo da Praça Tiradentes e que, desde o momento em que o veículo fechou as portas, ela ouviu barulhos estranhos. Segundo Luzia, o motorista entrou em pânico e disse que não conseguia controlar o veículo. A passageira contou ainda que o ônibus puxava para o lado direito e não respondia aos comandos do motorista.

Segundo a Urbanização de Curitiba (Urbs), o prefeito de Curitiba Luciano Ducci determinou que o órgão investigue as causas do acidente, o que será feito com base no laudo do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTRan), que deve ficar pronto em 30 dias. A frente do ônibus e a parte esquerda ficaram destruídas. Uma armação de um dos pontos da praça serviu de obstáculo.

A Urbs informou que o veículo estava com a vistoria obrigatória em dia. A última revisão havia sido feita no dia 22 de março. Também a Auto-Viação Redentor, responsável pela linha, informou que o motorista havia feito exame geral de saúde no final de janeiro e não apresentava problemas de saúde.

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