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Tragédia

Dono de imóvel que desabou e rede de loja trocam acusações em SP

O dono do imóvel que desabou na manhã dessa terça-feira (27) em São Mateus, zona leste de São Paulo, Mustafá Ali Mustafá, e o Magazine Torra Torra, contratante da empresa Salvatta, trocam acusações sobre a responsabilidade pelo desabamento, que causou ao menos oito mortes. A obra no prédio da Avenida Mateo Bei estava irregular. A construção já havia sido autuada duas vezes, totalizando mais de R$ 100 mil, e embargada pela Prefeitura de São Paulo. Mesmo assim, os trabalhos no prédio continuaram. O caso é investigado pela Polícia Civil.

O advogado Edilson Carlos dos Santos, que representa Mustafá, culpou a empresa de engenharia Salvatta pelo acidente. "Eles fizeram alterações no prédio sem conhecimento do dono, eram reformas para a construção de elevadores e escadas", afirma Santos. De acordo com o advogado, a obra foi feita em locais perto de vigas, o que poderia ter causado o acidente. Santos afirma que Mustafá tinha contrato com a Torra Torra desde o início do ano e que em agosto o imóvel foi assumido pela rede de lojas.

Em nota, a Torra Torra afirmou "que o imóvel que desabou não era de propriedade da rede" nem foi construído pela empresa. "O imóvel foi alugado, obrigando-se o proprietário a construir o prédio e entregá-lo em condições de segurança para o uso a que se destina, conforme estabelece a lei de locação. Dessa forma, o responsável pelo imóvel e pela obra é o proprietário e construtor do prédio", afirma o comunicado.

As chaves do imóvel não haviam sido entregues por Mustafá, segundo a empresa. Ainda segundo o comunicado, o proprietário do terreno não havia terminado as obras que tinha se comprometido a fazer.

"Há 16 dias, a Salvatta Engenharia prestava serviço para o Magazine Torra Torra no prédio com a finalidade de avaliar as condições de uso do imóvel, bem como iniciar os serviços de acabamento. Não foi realizada qualquer intervenção por parte da Salvatta na estrutura do imóvel", diz a nota. A Torra Torra e a Salvatta afirmam que "consideram-se também vítimas da irresponsabilidade dos proprietários e estão à disposição das autoridades para colaborar na apuração".

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