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pós-greve

Donos de vans buscaram alternativas para evitar prejuízo durante a greve

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, empresários do transporte escolar privado precisaram negociar com os pais de estudantes e fazer outros trabalhos para não ter prejuízo durante a greve dos professores das escolas estaduais, que terminou no último dia 9. Das 173 vans de transporte escolar regularizadas na cidade, que atendem cerca de 6 mil crianças, 70% prestam serviço para estudantes da rede estadual, segundo a Associação dos Transportadores de Escolares e Turistas de Ponta Grossa (Atetpg). Parte dos veículos atua exclusivamente com estudantes da rede e outros mantêm também clientes de escolas privadas. Para estes, o prejuízo foi um pouco menor.

As transportadoras que trabalham exclusivamente com alunos da rede estadual pararam esse serviço durante a greve. Os empresários buscaram outros tipos de trabalho, como o transporte turístico, pois alguns pais se recusaram a fazer o pagamento da anuidade. Mas nem sempre essas alternativas conseguiram repor a perda, segundo a presidente do Atetpg, Márcia Schimanski. “Estamos orientando os pais a conversar e entrar em um acordo [com os transportadores], para ninguém ser prejudicado. Somos afetados por contar com aquele valor [da anuidade], e de repente não teve mais”, diz.

Edenilson Silva do Prado, dono de uma empresa de transporte escolar que atende 32 alunos do ensino privado e público, não parou durante a greve, mas perdeu quatro clientes. “Eles acharam injusto pagar uma van que não estava sendo utilizada”, conta. Estes acabaram cancelando o contrato. Para outros clientes, a solução encontrada pelo empresário foi dar desconto de R$ 20 na mensalidade e se comprometer a cumprir o mesmo calendário que as escolas estaduais adotarem a partir de agora – incluindo aulas aos sábados. Por conta do trabalho no fim de semana, ele vai deixar de lucrar com os serviços que também realiza com transporte turístico. Outra dificuldade está prevista nas férias de julho. “Nas férias, eu preciso fazer a revisão do carro, pois a prefeitura exige duas inspeções ao ano. Para que isso seja feito, tenho que parar o carro, e não vou poder parar. Vai ser um transtorno”, conta.

Passe livre

A presidente do Atetpg explica ainda que a procura pelo transporte escolar privado já havia caído em Ponta Grossa devido à lei do Passe Livre, aprovada em fevereiro, que garante passagem gratuita no transporte coletivo para alunos de escolas e universidades públicas e bolsistas de instituições privadas, que morem a mais de dois quilômetros de distância da instituição. “Já tínhamos sentido impacto no começo do ano. Alguns conseguiram fazer outras turmas com estudantes de escola particular. Então a greve veio só confirmar algo que já estava acontecendo”, conta. Cerca de 1.500 alunos já se cadastraram para utilizar o benefício, segundo a Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT).

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