Droga enviada ao Rio Grande do Sul partia de Foz do Iguaçu

A Operação Rio Branco, deflagrada na manhã desta terça-feira (13) pela Polícia Federal (PF), desarticulou uma suposta quadrilha de tráfico de drogas, especialmente crack e cocaína, que agia no Sul do país. As investigações começaram na PF de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, e identificou a rede envolvida para o transporte da droga.

De acordo com o delegado Diogo Caneda dos Santos, responsável pela operação, a investigação começou apenas em Santa Maria, mas a PF descobriu que esse grupo de traficantes comprava a droga na região do Vale do Rio Sinos, na região metropolitana de Porto Alegre. Seguindo a rota do tráfico de drogas, a PF verificou que o crack e a cocaína distribuídos no estado eram uma remessa que partia de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.

A droga era transportada por meio de mulas, pessoas que são pagas para levar a encomenda para outros lugares. Em geral, o delegado afirma que o transporte era feito por paranaenses, que conduziam carros onde a droga era escondida. "A quadrilha era bem articulada e conseguia transportar um volume grande de drogas. Mesmo com as apreensões que aconteceram ao longo das investigações, os traficantes conseguiram se reerguer e não tiveram um prejuízo financeiro tão grande", diz Santos.

Caso

Durante as investigações foram presos 21 suspeitos, sendo que 16 foram detidos em flagrante por tráfico de drogas, duas em flagrante por posse ilegal de armas e três em cumprimento a mandados de prisão. Além das detenções, foram apreendidos 146,8 quilos de cocaína sob a forma de cloridrato (pó), pasta base e crack. Também foram recolhidas cinco armas, sendo duas de calibre restrito, munições, joias e veículos.

Nesta terça-feira (13), de acordo com a PF, os agentes cumpriam 45 mandados de prisão e 46 de busca e apreensão em 12 cidades do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina. Desses mandados, 43 já foram cumpridos, sendo que duas pessoas foram presas em Foz do Iguaçu. Dois envolvidos com a quadrilha são considerados foragidos. A PF não vai informar o nome dos acusados.

O delegado também informou que alguns veículos foram apreendidos nessa terça, mas não soube precisar quantos. Como as prisões aconteceram na casa dos traficantes, não foi apreendida nenhuma droga, mas isso já era esperado pela polícia.

Investigação

A investigação, conduzida pela Delegacia da PF de Santa Maria teve início em agosto do ano passado e revelou que um grupo de supostos traficantes da cidade gaúcha agia de maneira coordenada com outros residentes em Porto Alegre, Carazinho, Caçapava do Sul, Cruz Alta, Nova Hartz, Parobé, Novo Hamburgo e Foz do Iguaçu. A PF acredita que a droga vinha do Paraguai.