Crime foi planejado na sexta-feira
Ademar disse em depoimento que a chacina foi planejada na noite de sexta-feira, 19 de setembro, na casa de Jair, com a presença deles e de "João". "Mas não era para ter morrido tanta gente: era só para matar uns dois ou três caras, aqueles que mataram o enteado do Jair", contou.
Depois, os três beberam muito na sexta e no sábado. "No domingo descansamos para poder fazer o serviço na segunda", continuou. Na madrugada de segunda, o trio foi a pé, carregando as armas uma espingarda calibre 12, uma carabina 38 e uma pistola 357 até a chácara de Jocemar Alves Soares, o Polaco. O primeiro a ser morto, por volta das 8h30, foi o filho de Polaco, Mizael Soares, de 16 anos. "Ele não quis mostrar onde estavam escondidas as armas", alegou.
A partir daí, começou a seqüência de mortes. As últimas duas vítimas estavam no caminho de fuga do trio para o Paraguai, onde ficaram seis dias.
Um forte esquema de segurança foi montado na tarde desta quarta-feira (22) na sede da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) em Cascavel, região Oeste do estado, para a acareação entre dois dos principais suspeitos de serem os executores da maior chacina da história do Paraná. Policiais fortemente armados e vestindo capuzes puseram frente a frente Jair Correia, de 52 anos, e Ademar Fernando Luiz, 27.
Ademar foi preso na manhã de terça-feira, 21, em Lucas do Rio Verde (MT) e transferido para Cascavel na mesma noite. Jair Correia foi capturado no dia 15, em Rosana (SP), permaneceu preso em Curitiba e, nesta quarta, foi levado para Cascavel. O delegado Carlos Reis, que chefiou as investigações que levaram à prisão da dupla, informou que tanto Jair como Ademar confirmaram a participação na chacina, mas que alguns pontos nos depoimentos não batem.
"O Jair, por exemplo, já assumiu que foi o responsável pela morte de seis pessoas e disse que as outras nove foram executadas pelo Ademar e por um terceiro homem, que ele não lembra o nome", revela Reis. Já Ademar, explica o delegado, afirma que não matou ninguém, que esteve no local da chacina apenas para dar apoio a Jair e ao outro homem, a quem ele se refere apenas como "João".
Reconstituição
Ainda nesta semana Jair Correia e Ademar Fernando Luiz devem voltar ao local onde aconteceu a chacina, uma chácara na periferia de Guaíra, para participar da reconstituição da cena do crime. "Isso é necessário para que o Ministério Público tenha todos os instrumentos legais para apresentar a denúncia contra os acusados", explicou o promotor Andrade.
A confirmação da reconstituição depende de questões de segurança e também da presença dos peritos do Instituto de Criminalística de Umuarama. "Assim que os detalhes forem acertados, faremos a reconstituição", explicou o promotor. A polícia também procura pelas armas usadas na chacina, que são provas importantes para o inquérito. "Ainda não temos as armas", disse o delegado-chefe do Denarc, Sergio Sirino.Sobre o terceiro suspeito, Sirino informou que as investigações prosseguem e que é possível que até o próximo domingo ele seja preso. Além do trio, outras duas pessoas estão com a prisão preventiva decretada por participação nos crimes.
200 anos de cadeia
O promotor de Justiça Marcos Andrade disse que pretende apresentar denúncia até o dia 15 de novembro, quando termina o prazo da prisão temporária de Jair Correia. Ele adiantou que vai pedir 200 anos de condenação para os acusados.
A preocupação dos policiais agora é com a segurança dos dois presos. Segundo o promotor, a maioria das pessoas que foi morta na chacina tinha envolvimento com o crime organizado e fazia parte de facções criminosas, por isso existe a preocupação com uma possível vingança por parte de outros presos. "Eles serão levados para um presídio de segurança máxima", explicou.
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