Rachaduras em um edifício de 11 andares na Rua Bom Jesus, no Juvevê, em Curitiba, assustaram os moradores do local nos últimos dias. O problema foi registrado nas vigas de sustentação da garagem, mas engenheiros da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), da prefeitura de Curitiba, foram até o local e constataram que não há risco de desabamento e o edifício não vai precisar ser interditado.
De acordo com um dos moradores, uma obra iniciada há menos de um ano ao lado do prédio, próximo à Avenida João Gualberto, poderia ser a causa do problema. O engenheiro civil Fernando Picasso, que reside do prédio, disse que as rachaduras começaram a aparecer há quatro dias. Ele, a mãe e a irmã saíram do edifício na quinta-feira (16). "Mudamos para outro apartamento da família por medo de desabamento. Voltamos apenas para pegar alguns pertences", afirmou.
Segundo a prefeitura de Curitiba, engenheiros avaliaram o local por cerca de duas horas na manhã desta sexta-feira e confirmaram que não seria necessário desocupar o prédio. A Cosedi solicitou que os moradores do edifício contratem um engenheiro para elaborar um laudo com os possíveis impactos que a construção ao lado está causando no terreno da região. Os responsáveis pelo empreendimento vizinho também vão ter que apresentar detalhes técnicos sobre o impacto da obra. O prazo para a entrega dos laudos é de dez dias corridos a partir desta sexta-feira.
A orientação da Cosedi é que os moradores comuniquem a prefeitura pelo 156 quando notarem qualquer rachadura ou problema estrutural em um edifício.
O síndico não permitiu a entrada da Gazeta do Povo no prédio, nesta sexta-feira (17), para fotografar as rachaduras. A reportagem entrou em contato com construtora responsável pela obra vizinha ao edifício, mas foi informada que não havia ninguém no local para falar sobre o caso.
Tragédias
No início deste ano, pelo menos duas tragédias ocorreram no Brasil após o desabamento de prédios. No dia 25 de janeiro, três prédios desabaram na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, provocando a morte de pelo menos 17 pessoas.
Cerca de duas semanas depois, uma criança e uma mulher morreram e outras seis pessoas ficaram feridas após o desabamento de um prédio de 14 andares em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.