Educação militar para alcançar sucesso

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Um colégio onde os inspetores são chamados de sargentos de pátio, a representante dos alunos é a comandante-geral e as turmas são separadas em pelotão e companhia. Onde os meninos não estudam na mesma sala que as meninas e as ações cívicas, como hino e hasteamento de bandeira, são feitas todos os dias. Lá os estudantes do ensino médio têm de freqüentar as aulas fardados três vezes por semana. Parecido com um quartel? Para os 1.400 alunos que lá estudam no Colégio da Polícia Militar não é bem assim.

Quem nunca teve contato com a rotina militar, nem mesmo dentro da própria família, como a comandante geral do Corpo de Alunos, Vanessa Cristine Friedrich, 16 anos – que estuda no 3.º ano e entrou no colégio na 5.ª série – talvez estranhe um pouco a nova rotina. "É um bom colégio e as regras são importantes para a minha vida. Se aqui eles pedem para que eu use farda, lá fora eu vou ter de estar preocupada com a aparência no meu ambiente profissional também."

A opinião é compartilhada pelo diretor pedagógico, o primeiro tenente Marcelo Toniolo. "Aqui nós cobramos muito do aluno para que ele se dedique aos estudos. Nada que ele não vá enfrentar durante a sua vida", disse. O diretor ainda ressalta que apesar do ensino ser rígido, não há problemas de relacionamentos. "Há um sentimento de respeito muito grande entre os alunos e os professores. Tanto que os alunos têm de chamar o professor de senhor."

O segredo do sucesso do colégio, na opinião de Toniolo, se deve à adoção da filosofia de ensino tradicionalista, do comprometimento dos professores e pelo fato de não faltarem professores. A professora de educação física, Eneida Rainha de Souza, 53 anos, atesta as afirmações. "Estou aqui há 33 anos e não quero sair de jeito nenhum. E não sou só eu. Não tem evasão, nem professores pedindo transferência a toda hora."

Além destes itens apontados, o colégio ainda reserva outros segredinhos. Há uma seleção concorrida para entrar. Só para o ensino médio, fica em torno de 18 candidatos por vaga em cada processo seletivo, que ocorre uma vez por ano. Além de duas horas semanais a mais do que é oferecido pelo ensino médio regular, o colégio ainda oferece atividades extracurriculares (esportes, teatro, dança, entre outras). (TD)