A adolescente Nayara Silva afirmou na manhã desta segunda-feira (27) que Eloá Cristina Pimentel falava que iria morrer desde o início do seqüestro, que durou mais de 100 horas em Santo André, no ABC. "Ela sabia que não ia sair viva dali", disse a adolescente, em entrevista por telefone a Ana Maria Braga no programa "Mais Você".

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Eloá teve morte cerebral constada após levar um tiro na cabeça no fim do seqüestro, no dia 17. Ela e Nayara foram mantidas reféns por Lindemberg Alves, ex-namorado de Eloá, entre os dias 13 e 17. Nayara foi libertada no dia 14, mas voltou ao cativeiro dois dias depois.

A adolescente, que levou um tiro no rosto e saiu do hospital na última quarta-feira (22), diz não se arrepender de ter voltado ao apartamento, mas reconhece o risco. "Se eu visse um caso desses na TV, eu falaria que a menina é louca. Por melhor amiga que fosse, falaria que não faria", contou. "Mas hoje, eu faria tudo de novo, para poder tirar ela viva dali".

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A jovem também admite que desconfiou da abordagem de Lindemberg. "Quando ele falou ‘dá a mão para a Eloá que ela vai sair’ eu não senti muita firmeza. Mas não dava mais para voltar", afirmou. "Eu não tinha a intenção de voltar, ia fazer só o que ele pediu, ir até lá, chegar, pegar na mão dela e sair."

A jovem disse que, apesar da volta ao cativeiro, esteve bastante tranqüila. "Não sei de onde tirei tanta tranqüilidade."

De acordo com a jovem, durante os dias do cativeiro os três comiam normalmente, e o seqüestrador chegou a deixar as adolescentes tomarem banho. Em um dos dias, Eloá fez comida, e as duas conseguiam dormir – Lindemberg, entretanto, permaneceu acordado o tempo todo.

Amizade

Nayara afirmou que espera contar com o apoio das amigas para superar o ocorrido. "Nós precisamos ficar unidas. A Eloá está fazendo muita falta. Ela mesma me ensinou que uma pessoa nunca substitui a outra. Vai fica um vazio".

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A adolescente também contou que sonhou com a amiga morta nos últimos dias. "Sonhei que conversava normal com a Eloá, como se nada tivesse acontecido."

A jovem, que está no interior de São Paulo junto com a família, afirmou que vai esperar um pouco para voltar à capital paulista e tentar retomar a vida. "Não sei se vou conseguir voltar para a escola. Quero ficar longe um pouco de tudo."