Horas depois da tragédia no Rio de Janeiro, o Jornal Nacional encontrou perto de Brasília um irmão de Wellington Menezes de Oliveira, o atirador da escola de Realengo. Ele pediu para não ser identificado, mas aceitou conversar com a equipe. O irmão do atirador tem medo da reação da população, de sofrer represálias depois de tudo que aconteceu. A tragédia deixou 12 crianças mortas.
"Ele sempre foi um adolescente muito ausente de tudo, não se relacionava com ninguém. Era sempre muito trancadinho, muito fechadinho. Na escola, a mesma coisa", disse o irmão.
O irmão do atirador mostrou fotos antigas. Wellington era o caçula, e foi adotado ainda bebê. Segundo o irmão, a mãe biológica de Wellington tinha problemas mentais. "Ela tentou o suicídio, e mesmo depois que o Wellington nasceu, ela apresentou alguns problemas mentais", contou.
Em uma das fotos, Wellington aparece ainda criança, ao lado da mãe adotiva, que morreu há um ano e meio. Na época, os irmãos vasculharam o computador de Wellington e descobriram o que ele andava pesquisando.
"Ele fazia muitas pesquisas a respeito de tiros, algumas coisas dessa forma aí", disse.
O irmão também conta que Wellington surpreendeu a família com alguns pensamentos.
"Eu estou com vontade de, por exemplo, de destruir um avião, como o outro fez lá nos Estados Unidos", contou o irmão.
Ele ainda falou que Wellington passou por consultas psicológicas, mas abandonou o tratamento. O irmão agora teme pela segurança do restante da família, que mora no Rio de Janeiro. No fim da conversa, ele lamentou a dor das famílias das vítimas.
" Eu tenho orado muito por essas famílias e pedido a Deus que olhe por eles".
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