Reunidos em assembleia na manhã desta segunda-feira (9), professores da rede pública estadual de ensino decidiram suspender a greve da categoria, deflagrada em 9 de fevereiro. No entanto, os docentes também aprovaram a manutenção de um estado permanente de greve, o que significa que a paralisação pode ser retomada caso o governo estadual descumpra algum dos acordos firmados desde o início do movimento.
Para os alunos, o reinício das aulas acontecerá na quinta-feira (12); para os professores e funcionários, a volta ao trabalho se dá na terça-feira (10). Segundo a APP-Sindicato, a categoria precisa desses dois dias para reorganizar as turmas e escolas.
Apesar de ocorrer no mesmo local, a assembleia desta segunda não contou com o público da última, ocorrida na quarta-feira (4) e quando 20 mil pessoas lotaram o estádio da Vila Capanema, em Curitiba. Segundo o cálculo do sindicato, de 10 mil a 15 mil pessoas compareceram a deliberação realizada nesta manhã
Após o término da assembleia, a direção do sindicato convocou os presentes para irem até o Centro Cívico, onde haverá pronunciamento sobre o fim da greve e do acampamento em frente ao Palácio Iguaçu - símbolo do movimento.
A assembleia começou com um clima diferente do visto na última quarta-feira. Pelas arquibancadas da Vila Capanema, o que mais se ouvia eram receios de que a manutenção da paralisação poderia afetar a forma como a sociedade via a luta dos professores.
“Agora nossa preocupação é com os alunos”, disseram as professoras Nassara Borges, Marilda Sanches e Daniele Leal, de Tomazina. No entanto, elas ressaltaram que a categoria deve ficar atenta às promessas do governo, principalmente em relação ao Paranaprevidência. As docentes disseram ainda que a resistência pelo fim da greve veio do fato de boa parte dos professores desacreditar tanto do Executivo quanto do Judiciário.
A expectativa vista nas arquibancadas acabou se confirmando. Pouco antes da votação, secretária de finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, afirmou que, na reunião do conselho estadual da entidade, da qual participaram representantes dos 29 núcleos sindicais, 25 declararam apoio à suspensão da greve e apenas quatro manifestaram dúvida.
Após as falas dos lados a favor e contra a suspensão da greve, a questão foi colocada a votação. Embora não tenha havido unanimidade, a opção pela suspensão da greve foi a vencedora.
“A categoria entende que não conseguimos tudo o que queríamos, mas fizemos com que o governo recuasse. Essa foi uma das greves mais vitoriosas da categoria e queremos sair assim dela. Permanecermos em estado permanente de greve, ou seja, acompanhando a implementação do que foi acordado sob o risco de paralisarmos a qualquer momento se for necessário”, disse Fernandes.