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Crime no Morro do Boi

Em carta, acusado nega ter baleado casal

Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, se manifestou pela primeira vez ontem à tarde sobre o crime do Morro do Boi, na praia de Caiobá, em Matinhos. Em carta, alegou ser inocente, disse estar doente e, por isso, não ter muito tempo de vida. Ainda afirmou acreditar que a jovem baleada, Monik Pegorari de Lima, enxergará a verdade, pois ele não seria capaz de cometer tais atrocidades (ferir e molestar Monik e assassinar o namorado dela, Osíris del Corso, no dia 31 de janeiro). Assinada, a carta tem a data de ontem. Ela foi escrita no Complexo Médico Penal, em Pinhais, região metropolitana, onde ele está preso. O advogado de defesa de Juarez, Nilton Ribeiro, ficou encarregado de distribuí-la para a imprensa.

A reportagem já tentou, por duas vezes, marcar uma entrevista com Juarez, antes mesmo de ele ser indiciado pela Polícia Civil, na última quarta-feira. Na primeira, a reportagem chegou até o Cope (grupo especial da polícia) onde Juarez estava preso como suspeito, mas foi barrada na porta. A alegação foi de que só entrariam pessoas autorizadas pela juíza que cuida do caso – o preso está sob os cuidados da Justiça, por isso o advogado não tem poder de decisão. A promotora negou o pedido alegando que o preso era de responsabilidade do delegado que cuida das investigações. O delegado responsável, Luiz Alberto Cartaxo, não autorizou porque isso poderia atrapalhar as investigações. Ontem foi feito novo pedido de entrevista e até o momento não houve resposta. O próprio preso já manifestou, por meio do advogado, que tem interesse em falar com a imprensa.

Juarez diz ser um homem muito doente, o que comprometeria a sua locomoção e que o inviabilizaria o crime, segundo ele. Sabe-se que ele tem hepatite c e aids, mas não há informações sobre o estágio das doenças. O advogado de defesa disse que se reunirá com o médico que cuida de Juarez para ter os detalhes do estado de saúde do cliente – até ontem, Ribeiro não sabia afirmar se as viroses estão em estágio avançado.

De um modo geral, ter hepatite C e aids nos dias atuais não quer dizer que a pessoa é incapacitada. O infectologista do Hospital Evangélico Sergio Penteado lembra que ambas são controláveis por um tempo indeterminado. "Se tiverem um tratamento adequado, podem proporcionar vida longa, dependendo da reação de cada paciente. Também pesa se a pessoa leva o tratamento a sério, se não bebe ou usa drogas", diz. Para saber se o paciente está debilitado por causa da hepatite C ou aids é muito importante definir o estágio da doença, o que só pode ser feito por um médico especialista. É comum encontrar pessoas que têm uma ou ambas as doenças, mas não sintam nada, porque as viroses podem ser assintomáticas.

A hepatite C é uma inflamação no fígado causada por um vírus que, em estágio mais avançado, causa cirrose ou câncer, o que, mesmo assim, é possível ser controlado. Sobre as consequências das doenças, o infectologista afirma que uma pessoa pode chegar a ter dificuldades de mobilidade, principalmente quando a infecção está em estágio avançado e não há o tratamento adequado. "Mas é apenas uma suposição. Por causa da aids, outras doenças podem estar por trás disso", explica Penteado. Para ambas os casos, há medicamentos gratuitos que são distribuídos nos postos de saúde.

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