Vacina contra a dengue: cada dose pode custar, em média, R$ 300| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Item ainda raro em clínicas de vacinação privadas - apesar de as primeiras doses que serão usadas na rede pública já terem chegado ao estado - a vacina contra a dengue deve doer no bolso de quem decidir pagar por ela em Curitiba. Levantamento feito pela reportagem descobriu que o valor de cada dose deve ultrapassar os R$ 300 na capital.

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Na Inalar Vacinas, a única clínica de Curitiba em que o imunizante já está disponível, o preço por dose é R$ 350. Como o efeito do tratamento só é completo com a aplicação de três doses (uma a cada seis meses), a imunização custaria R$ 1.050.

O preço por dose é mais que o dobro do máximo estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão da Anvisa. Na semana passada, a câmara determinou que a vacina deveria custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53, dependendo do ICMS de cada estado. No Paraná, esse valor seria de R$ 134,63.

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Contudo, a Anvisa deixou claro que outros valores - como cobrança pela aplicação e pelo armazenamento do produto - poderiam ser embutidos ao preço final, o que justificaria, em partes, o alto custo da vacina recém-chegada.

Nesta quinta-feira (3), a agência reguladora chegou a pedir para que clientes denunciem estabelecimentos que cobram preços abusivos pelo imunizante. De acordo com a Agência Brasil, em Brasília e no Rio de Janeiro, dos poucos laboratórios que divulgam, a dose sai por R$ 300. Em São Paulo, os clientes podem encontrar cada dose por R$ 250.

Mas, por outro lado, os centros privados que pretendem oferecer o tratamento informam que há dificuldade para definir o valor final por causa da logística de armazenamento. “O frasco vem com cinco doses e um determinado período de tempo para usá-las, então o preço tem que incluir a perda”, explica a administradora da Clínica de Imunizações, Fabrícia Couto.

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A clínica onde a administradora trabalhar deve receber doses da vacina até o fim desta semana, e a intenção é trabalhar com agendamento, o que pode diminuir a perda. A mesma tática é utilizada pelo centro Inalar Vacinas, que adquiriu inicialmente cem doses. “Já tivemos 12 agendamentos e tem bastante gente procurando”, diz a funcionária Andressa Mota.

Outros locais

Conforme pesquisa realizada pela redação, ainda nesta semana o centro Previnna deve receber doses de vacina contra a dengue - cujo nome comercial é Dengvaxia. A partir da próxima semana, o Centro de Vacinação do Hospital Pequeno Príncipe e a Clínica Paciornik também devem ter doses disponíveis. A clínica Imunizzare deve receber as vacinas no meio do mês. Já no Frischmann Aisengart não há previsão para chegada do imunizante contra a dengue. Nenhum dos centros sabia informar qual será o preço aplicado.

A vacina

A vacina contra a dengue pode ser comercializada no país desde o último dia 25, quando a Cmed definiu o preço máximo que pode ser cobrado pela dose.

Até o momento, a única vacina disponível no mercado é produzida pelo laboratório Sanofi-Pasteur. Ela é recomendada para pessoas entre nove e 44 anos e deve ser tomada em três doses, com intervalo de seis meses entre elas. O imunizante tem 66% de eficácia.