Governo Federal recebe MST-PR para discutir reivindicações
O Governo Federal recebeu nesta terça-feira membros do Movimento Sem Terra do Paraná (MST-PR) e entidades que representam os pequenos agricultores do estado para uma reunião em Brasília. O encontro que envolveu a Secretaria Geral da República, a Conab e os ministérios do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social foi para discutir as reivindicações feitas por estas organizações, que, em dia de mobilização, bloquearam vários trechos de rodovias paranaenses.
De acordo com José Damasceno, membro da coordenação do MST no Paraná, as reivindicações destas categorias congregam uma série de itens voltados para a melhoria da população campesina. Entre eles a concretização da reforma agrária no estado, a desburocratização de créditos para o pequeno agricultor, educação no campo, assistência técnica e agroindustrialização. "O avanço da agroindústria tem que ser discutido. Só assim haverá como gerar mais emprego, desenvolver os sistemas e ainda segurar a juventude no meio", explica Damasceno.
O coordenador informou que a reunião desta terça-feira possibilitou o agendamento de outros encontros ao longo dos meses de agosto e setembro para que as reivindicações sejam apreciadas com mais tempo.
A assessoria de imprensa da Secretaria-Geral da Presidência da República confirmou a reunião, e disse que neste encontro, especificamente, foram discutidas questões de melhorias Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que prevê o fortalecimento da agricultura familiar.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) dos aproximadamente 5 milhões de estabelecimentos de agricultura existentes no Brasil, 84% (4,3 milhões) são de agricultura familiar, enquanto (16%) são de agricultura não familiar ou patronal. Os pequenos ocupam 12,3 milhões de pessoas (74%), e os grandes, 4,2 milhões (26%).
Alguns produtos essenciais na mesa do brasileiro, como o feijão, a mandioca e o leite são produzidos em sua grande maioria por pequenos agricultores no âmbito familiar.
Manifestações de agricultores ligados ao Movimento Sem Terra (MST) causaram bloqueios em rodovias do Paraná nesta terça-feira (12), dia nacional da luta contra violência no campo. Os atos, que foram realizados desde o início do dia, chegaram a causar sete pontos de interdições. O último, em Pitanga, foi liberado às 17h45. Em um deles, no Contorno Leste, em Curitiba, o tumulto foi a causa de um acidente que terminou na morte de um motociclista.
De acordo com o MST, atos para reivindicar melhorias aos agricultores foram realizados nesta terça em cinco estados do país. Além do Paraná, há mobilizações semelhantes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pará e São Paulo. As principais reivindicações são a reforma agrária, educação no campo, assistência técnica, recursos para abastecimentos das unidades agroindustriais, habitação, reforma política e melhorias no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O movimento informou que não há previsão de novos atos para os próximos dias.
A BR-376, em Mauá da Serra, foi um dos últimos trechos a serem liberados. Durante o dia, os manifestantes mantinham as pistas dos dois sentidos bloqueadas por um tempo, intercalando com períodos de liberação.
O desbloqueio parcial ajudou na fluidez do tráfego no local. Contudo, a concessionária CCR RodoNorte, que gerencia o trecho, informou que quando as pistas eram fechadas as filas de carros e caminhões chegavam a passar do trevo que dá acesso à PR-445, trajeto que leva à Londrina, no Norte do estado. Com isso, ficou parcialmente comprometida a ligação entre toda a região Norte e Noroeste do Paraná, além do Centro-Oeste do Brasil, com as regiões dos Campos Gerais, Curitiba e Porto de Paranaguá. Não há previsão para que os manifestantes terminem os atos, que ocorrem de maneira pacífica. Os manifestantes deixaram o local por volta das 16h20.
Em Pitanga, PR-466, os integrantes do MST desbloquearam a rodovia às 17h45. O ato foi no quilômetro 181. Os manifestantes intercalavam a abertura e o fechamento das pistas. O posto da Polícia Rodoviária Estadual que atende a região informou que o trânsito na rodovia foi normal durante a tarde, sem congestionamentos. O órgão informou ainda que a manifestação do movimento prevista para esta quarta-feira (13) no mesmo local foi cancelada.
Pontos liberados mais cedo
Dos sete bloqueios gerados pelo MST nesta terça-feira, cinco já haviam sido liberados até o meio da tarde. Entre eles a BR-116, no Contorno Leste de Curitiba. Durante a manhã o congestionamento chegou a 19 quilômetros, deixando complicado o fluxo próximo ao Ceasa, no Pinheirinho.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um acidente entre um carro e uma moto foi registrado por volta do meio dia no km 97 da rodovia por causa da manifestação. O motociclista morreu na hora.
O trânsito no Contorno Leste foi totalmente liberado por volta das 13 horas, mas a lentidão prosseguiu até o meio da tarde. Pouco depois das 16 horas, a PRF atendeu a outro acidente causado pelo trânsito ainda complicado na região. Desta vez, um caminhão carregado de areia tombou próximo ao quilômetro 100. As faixas da esquerda das duas pistas tiveram de ser interditadas para a remoção do veículo. A polícia disse a ocorrência gerava uma lentidão de aproximadamente 500 metros, em ambos os sentidos. Não houve feridos.
Outro ponto que chegou a ficar bloqueado foi a BR-277, em Candói, na região central. Os manifestantes estiveram concentrados até as 16h39 no quilômetro 388, onde há uma praça de pedágio. Durante todo o período em que os agricultores permaneceram no local as cancelas do posto estiveram liberadas.
Em Marmeleiro, na PR-280, os manifestantes bloquearam os dois sentidos da rodovia, no quilômetro 262. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o ato acabou por volta das 15 horas. O fluxo de veículos é normal no trecho.
Também foi encerrado, por volta das 16 horas, os atos que estavam sendo realizados próximo ao trevo Cataratas, na BR-277, em Cascavel, e na PR-445, em Londrina.
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