Em Paranaguá, ação tenta encontrar focos do aedes.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A epidemia de dengue que atinge a cidade de Paranaguá motivou uma carreata na manhã deste sábado (6) pelas ruas da cidade. O objetivo é chamar a atenção da população para o combate ao mosquito Aedes Aegypt, transmissor da doença.

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Na sexta-feira (5) o governador Beto Richa (PSDB) decretou estado de emergência na cidade por cauda da epidemia, e o carnaval na cidade foi cancelado. De acordo com Cleide de Oliveira, superintendente de vigilância e saúde da Secretaria de Estado da Saúde, o momento também é uma oportunidade de interromper a cadeia de transmissão da dengue.

“O objetivo é chamar a atenção das pessoas para o momento que estamos vivendo”, diz Cleide. “A nossa grande preocupação é o zika vírus. Tendo um mosquito contaminado com zika podemos ter a possibilidade de uma população inteira contaminada”, alerta a superintendente.

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O Aedes Aegypt é responsável pela transmissão da dengue, do zika vírus e do chikungunya. De acordo com Cleide, a intenção da carreata é conscientizar a população a acabar com os focos do mosquito. “Se você diminui o número de criadouros, ele [mosquito] não consegue se reproduzir”, explica Cleide.

Segundo a superintendente, depois de depositados os ovos do mosquito, normalmente o tempo para includir larvas é de sete dias, mas em Paranaguá o processo de reprodução está mais rápido que o normal. “No terceiro dia já está includindo larvas. Eles estão extremamente adaptados, o clima aqui é muito favorável”, explica.

Segundo o relatório da Secretaria Estadual de Saúde divulgado na terça-feira (2), Paranaguá apresenta 2.756 casos notificados da doença, sendo 931 casos confirmados, e quatro mortes. No plano de ação para aplicação do recurso para o combate a dengue em Paranaguá estão previstas a contratação de mais 50 agentes sanitários, a locação de caçambas, transporte e destinação de materiais abandonados, locação de máquinas de limpeza, aquisição de sacos de lixo e de outros materiais para uso dos agentes sanitários.

Atendimento

A dona de casa Bruna Vilarinho, de 19 anos, procurou atendimento neste sábado (6) por apresentar os sintomas. “Eu fui a uma reunião ontem e voltei com muita dor no corpo”, conta. Ela diz que tem o cuidado de eliminar possíveis focos do mosquito em casa, mas há um terreno ao lado que pode abrigar o mosquito. “O mato cresceu e o dono não vai lá limpar”, explica. Em casa, os cuidados são redobrados, já que Bruna tem um filho de 11 meses. “Tem que passar repelente, ficar de olho. Eu morro de medo”, diz.

Um grupo de voluntários se uniu para prestar auxílio a quem procura atendimento na Unidade de Pronto Atendimento da cidade. “A demora [no atendimento] aqui estava muito grande, o pessoal chegava a enfrentar cinco horas de espera”, conta o voluntário Leverton Capeta. O grupo de cerca de 15 voluntários dos moto clubes da região se reveza 24 horas por dia para distribuir água, suco e bolacha água e sal para os pacientes que precisam aguardar atendimento. Os itens vem de doação da própria população. Quem quiser contribuir com água, gelo, suco em pó e bolacha água e sal pode entregar os donativos na barraca montada em frente a Upa.

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