Médica não tem especialização para dirigir UTI, diz Polícia Civil
A Polícia Civil informou, neste sábado (23), que a médica Virgínia Soares de Souza não é intensivista, especialidade médica necessária para dirigir uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar disso, a delegada Paula Brisola afirma, em nota, que a acusada era quem "atuava como diretora da UTI" do Evangélico. Outro médico do hospital assinava os documentos por ela.
Na mesma nota, a Polícia Civil também informou que o mandado de prisão temporária de Virgínia - que tinha validade de 30 dias - foi convertido em prisão preventiva. Com isso, a acusada deve permanecer detida por tempo indeterminado, até nova decisão judicial.
O advogado da médica, Elias Mattar Assad, disse que, no início da próxima semana, vai tentar reverter a prisão. "Nós estamos formulando uma petição de revogação, que será protocolado, no máximo, na próxima terça-feira (26)", adiantou o advogado.
A direção da Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba (SEB), mantenedora do Hospital Evangélico, publicou uma "mensagem à comunidade" em jornais nesta segunda-feira (25) com um breve posicionamento diante das denúncias contra a médica Virgínia Soares de Souza, presa na última semana, e que é investigada pela morte de pacientes pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição.
Na nota, a sociedade diz estar passando por uma situação "peculiar", fora do controle da administração. A direção do Evangélico classifica, ainda, as investigações como constrangedoras e lamentáveis e diz que todos os setores do hospital e seus funcionários estão sendo envolvidos nas investigações.
Ainda na nota, a SEB afirma que a direção do hospital, com o apoio das instituições de classe e autoridades competentes, está prestando todos os esclarecimentos diante dos fatos e que o hospital continua com atendimento normal em todas as unidades.
Nesta manhã, a assessoria de comunicação do Hospital informou que haverá uma coletiva à imprensa na tarde desta segunda-feira quando a direção da instituição apresentará medidas que serão adotadas e a forma de condução do processo jurídico que envolve a ação de membros de sua equipe na investigação.
Novas prisões
No último sábado (23), a Justiça determinou a prisão temporária por 30 dias de três médicos e de uma enfermeira do Hospital Evangélico acusados de envolvimento em mortes de pacientes ocorridas na UTI geral da instituição. Eles integraram a equipe da médica Virgínia Soares de Souza. O Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), da Polícia Civil do Paraná, não divulgou detalhes da investigação, que corre sob sigilo de Justiça.
Três dos quatro mandados foram cumpridos neste sábado. Os médicos Maria Israela Cortez Boccato e Edison Anselmo da Silva Júnior foram levados à delegacia do Nucrisa, no centro da capital, para prestar depoimento. Ainda pela manhã, Anderson de Freitas, também médico, se apresentou à polícia.
Depois de ouvida pelos policiais, Maria Israela foi levada ao Centro de Triagem I, que fica no centro de Curitiba. Silva foi transferido a uma delegacia da capital, já Freitas continuava no Nucrisa por volta das 12h40 deste sábado. Não há informações para a unidade onde ele foi levado após ser ouvido pela polícia.
O quarto mandado de prisão deve ser cumprido nesta segunda-feira (25). A enfermeira que teve a prisão temporária decretada pela Justiça não está em Curitiba, mas deve se apresentar espontaneamente, segundo o advogado dela, Jefferson Hedder dos Reis. "Ela [a enfermeira] está em férias em outra cidade. Já comuniquei a delegada, por isso ela [a enfermeira] não está foragida. Eu vou apresentá-la assim que houver expediente, na segunda-feira", afirmou. Nesta manhã, o advogado confirmou que a enfermeira deve se apresentar ao Nucrisa às 14 horas desta segunda-feira.
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