No oitavo dia de prisão, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, recebeu, na manhã desta segunda-feira (22), a visita de seu pai, Carlos Greschi, e de seu irmão mais novo, Carlos Augusto. Os dois chegaram por volta das 8 horas à Delegacia da Polícia Federal, em Foz do Iguaçu, Oeste do estado, onde ele está preso desde o dia 14 de março. O horário da visita, que normalmente é feito no período da tarde, foi antecipado a pedido da família, para evitar o assédio da imprensa. Cadu é assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e de seu filho Raoni.
Cadu se encontrou com o pai e o irmão mais novo no parlatório da delegacia, um espaço reservado em que o preso e os visitantes ficam separados e não conseguem manter contato físico. Segundo a Polícia Federal, (PF), o encontro durou 15 minutos e os familiares entregaram ao preso produtos de higiene, chocolates, biscoitos e uma foto da família. A PF ainda aceitou uma solicitação do pai de Cadu, que pediu permissão para abraçar o filho. Os visitantes saíram da delegacia sem falar com a imprensa.
O delegado Marcos Paulo Pimentel informou que, nesta segunda, chegaram a Foz do Iguaçu as cápsulas do projéteis recolhidos na chácara onde o crime aconteceu, em Osasco (SP). O material foi encaminhado à Superintendência da PF, em Curitiba, e vai ser anexado ao processo como prova.
Pimentel - que pediu afastamento do caso, alegando motivos pessoais - também disse que concluiu um relatório parcial sobre o caso e enviou à Justiça, que vai decidir se os processos dos assassinatos e o da fuga serão julgados juntos ou separadamente. Caso as acusações sejam unificadas em um único processo, a expectativa é de que o caso seja julgado pela Justiça paulista, o que poderia fazer com que Cadu fosse transferido para São Paulo. Por enquanto, o acusado permanece preso em Foz de Iguaçu, já que a defesa não pediu a transferência do jovem.
Indiciado
O estudante Felipe Iasi, que levou Cadu à casa de Glauco na noite do crime, foi indiciado pela Polícia Civil de Osasco, nesta segunda. A informação foi apresentada pelo advogado de Felipe, Cássio Paulette. Iasi alega que foi coagido por Cadu a acompanhá-lo à residência do cartunista. A Polícia, no entanto, não está convencida de que o estudante não tenha ajudado o assassino a fugir do local do crime. O carro Iasi, um Gol Prata, ficará retido na Delegacia Seccional de Osasco, onde deve passar por uma nova perícia.
O crime
Cadu assassinou Glauco e Raoni na sexta-feira (12), na residência da família, em Osasco (SP). De acordo com os depoimentos e as investigações da Polícia Civil, Cadu chegou ao local acompanhado de Felipe Iasi. De acordo com a polícia, o plano de Cadu era levar Glauco até a casa de sua mãe para ele convencê-la de que o irmão dele seria o Cristo reencarnado.
Na manhã de domingo (14), Cadu pegou um ônibus e depois roubou um carro na Vila Sônia, Zona Oeste de São Paulo. Depois disso, ele seguiu para Foz do Iguaçu, onde tentou fugir para o Paraguai. Na fuga, ele trocou tiros com policiais e chegou a atravessar a aduaneira, mas após avistar agentes da Marinha do Paraguai, armados com fuzis, ele se entregou e foi repatriado.
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