O Ministério da Educação (MEC) informou que ainda não se reuniu com o novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, que tomou posse ontem. Depois de o professor fazer uma série de críticas ao governo federal em entrevista ao GLOBO, a pasta afirmou que as discussões sobre a instituição deveriam ocorrer em reuniões internas.
“O MEC já discutiu com todos os reitores o orçamento de 2015. Da mesma forma, o secretário de Educação Superior está se reunindo com todos os reitores para as análises especificas da situação de cada instituição. O recém-empossado reitor da UFRJ ainda não se reuniu com o secretário. Entendemos ser esse o fórum apropriado para as discussões dos assuntos da instituição”, informou o ministério, via comunicado.
As propostas de gestão de Leher também suscitaram ceticismo entre especialistas. O novo reitor quer, por exemplo, transformar diversos cargos terceirizados, de limpeza e segurança, em postos de servidores técnico-administrativos, com a justificativa de que esta substituição custaria menos para os cofres públicos. A economista Margarida Gutierrez, professora da UFRJ, afirma que não é possível fazer este tipo de projeção.
“Não há como fazer essa conta. Ela depende dos contratos de terceirização e de quanto é o custo deles para a universidade. Além disso, não é possível saber quais serão as condições, o salário, por exemplo, desses servidores quando ingressarem. A projeção é estranha porque é fato que os técnicos federais ganham mais que seus colegas da iniciativa privada na mesma função”, diz.
Na posse, Roberto Leher ratificou que esta transição nos funcionários beneficiaria as contas da instituição. “Enquanto isso não for conquistado, a ideia é realizar concursos pelo regime CLT para contratação temporária. Queremos um contrato mais racional de uso da força dos terceirizados para tentar economizar nos gastos com a folha, mas, ainda assim, essas economias não seriam capazes de suprir o déficit estrutural da universidade”, afirma.
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