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Crise

Em SP, oposição de Alckmin quer CPI

São Paulo – A oposição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembléia Legislativa de São Paulo quer abrir duas frentes de investigação para apurar a denúncia de uso irregular de dinheiro do banco estatal Nossa Caixa: uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e um inquérito na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Caso os parlamentares aprovem a abertura de uma CPI, a oposição conseguirá quebrar um longo período sem investigações internas. Desde 2003, foram pedidas a instauração de 68 CPIs. Nenhuma foi aprovada.

Durante todo o ano passado, a liderança do PT encaminhou 68 requerimentos com pedido de informações a várias empresas estatais, nenhum foi respondido.

A CPI para apurar as denúncias envolvendo a administração da Nossa Caixa foi solicitada pelo deputado Renato Simões (PT) em fevereiro deste ano – a primeira reportagem da Folha foi publicada em dezembro, período de recesso parlamentar.

Simões quer, por meio de uma comissão com nove parlamentares, que sejam investigados os contratos de publicidade entre o banco estatal e as agências Colucci & Associados Propaganda e Full Jazz Comunicação, que operaram sem licitação.

Um dos objetivos é saber como verbas publicitárias do banco foram utilizadas para beneficiar deputados do grupo de apoio do governador tucano.

Sem uma garantia de abertura de uma CPI, a liderança do PT pediu ontem a convocação imediata de quatro pessoas envolvidas na denúncia da Nossa Caixa: do ex-assessor de Comunicação do governo estadual Roger Ferreira, do presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, do presidente da agência de publicidade Contexto, Saint’clair de Vasconcelos, e do ex-gerente de marketing do banco Jaime de Castro Júnior.

O pedido será votado hoje pelos nove integrantes da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa. Do total, o PT acredita ter pelo menos cinco votos favoráveis à convocação dos citados: dois do próprio PT, dois do PFL e um do PMDB. Apesar de o PFL apoiar o governador Alckmin, os parlamentares da sigla que integram a CCJ, Edmir Chedid e Caldini Crespo, têm votado sistematicamente com o PT.

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