Desde a última sexta-feira (29), 65 ataques foram registrados no Rio Grande do Norte, dos quais 35 incêndios, 17 tentativas de incêndios, três depredações e seis disparos contra prédios públicos, metade envolvendo artefatos explosivos. O secretário de Justiça e Cidadania do estado, Wallber Virgolino, informou que os ataques foram ordenados por detentos de presídios, inclusive federais, do Rio Grande do Norte e de outras regiões do Nordeste.
Além da capital, outras 20 cidades foram alvos de atentados. A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social informou que 60 suspeitos foram detidos por envolvimento nos atos de vandalismo.
“Identificamos a participação de 25 presos só no estado, a maioria do presídio estadual de Parnamirim”, disse o secretário. No presídio, foram instalados bloqueadores de sinais de celulares na semana passada, medida considerada o estopim para os ataques.
Cinco desses presos, apontados como autores de parte dos áudios e vídeos que se espalharam pelas redes sociais com ameaças, serão transferidos para o presídio federal de Mossoró, segunda maior cidade do estado.
Prejuízos
Os principais alvos dos criminosos foram 26 veículos, entre particulares, oficiais e usados no transporte público. A lista inclui nove ônibus em Natal, entre outros na região metropolitana. O setor calcula um prejuízo, na capital, de ao menos R$ 2 milhões.
No transporte opcional, foram mais R$ 500 mil em perdas, com três carros incendiados, conforme o sindicato do setor. “Isso é falta de governo, não só desse mas também dos anteriores. Falta polícia na rua”, disse o diretor do Sindicato dos Opcionais, Olívio Magalhães.
Em meio aos ataques, ônibus e vans não circularam durante parte do fim de semana. Nesta segunda-feira, 70% da frota está nas ruas e a previsão é que os veículos sejam recolhidos mais cedo.
“Os últimos sairão dos terminais às 20h30. Normalmente eles ficariam até 1h30”, disse o coordenador jurídico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal, Augusto Maranhão. “Mas a qualquer minuto isso pode mudar.”
Parte dos terminais e garagens das empresas recebeu escolta policial nesta segunda. O governo também espera a chegada de militares para reforçar a segurança nas ruas.
De acordo com o secretário de segurança do Estado, general Ronaldo Lundgren, 200 homens da Marinha do Rio Grande do Norte e mil do Exército, do Estado e também procedentes da Paraíba e de Pernambuco, se somarão à polícia.
O envio foi autorizado neste domingo pelo presidente interino, Michel Temer. “Estamos diante de atos de terrorismo”, disse Lundgren em entrevista coletiva nesta segunda. Os detidos, segundo ele, foram autuados por organização criminosa. “Mas os delegados também estão analisando se se enquadram na lei antiterrorismo.”
Virgulino afirmou que os presos que participaram dos atos estão isolados e serão punidos. Ele afirmou que novos bloqueadores de sinais de celulares devem ser instalados em mais unidades prisionais ainda neste ano.
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