Lado a lado no mapa da cidade, Mossunguê e Campina do Siqueira convivem com realidades parecidas no mapa da criminalidade de Curitiba. Nos três primeiros meses deste ano, estas áreas - assim com outras da capital - viram um aumento nos índices de furtos e roubos locais- o que tem assustado moradores e também aqueles que rabalham na região.Os números são referentes aos meses de janeiro a março de 2015 e 2016 e foram repassados à Gazeta do Povo pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp).
Juntos, Mossunguê e Campina do Siqueira somam 94 roubos nos primeiros três meses do ano. O número é 23% maior do que no mesmo período do ano passado. Os casos de furtos chegam a 142 - um aumento de 57% entre um ano e outro, o que implica numa média de 1,5 roubos por dia na região.
Individualmente, o Mossunguê, também conhecido como Ecoville, registrou aumento de 10,9% em relação aos roubos (de 46 para 51) e 39,2% no consolidado de furtos (51 para 71). Os dados do Campina do Siqueira, nos arredores do terminal de ônibus, mostram um aumento estatístico ainda mais preocupante da violência cotidiana: crescimento de 43,3% nos roubos ( 30 para 43) e 82,1% (39 para 71) nos furtos.
O Mossunguê registra variação maior até mesmo que o Centro, onde os números em quantidade são absolutamente superiores. O Cascatinha, mais próximo de Santa Felicidade, é outro bairro da região com aumento expressivo no índice de furtos, com variação de 50% em relação ao ano passado.
O bairro Santo Inácio, também na redondeza, registrou crescimento de 43,8% em relação aos furtos e 4,5% em relação a roubos.
Os dados da capital
No primeiro trimestre de 2007, ano em que a estatística começou a ser divulgada periodicamente pela Sesp, o número de roubos em Curitiba era de 3.747. Em nove anos, segundo os dados mais recentes, o registro cresceu 129%, para 8.569 ocorrências. Em números absolutos, o Centro é o bairro curitibano que mais registra roubos, seguido por Cidade Industrial e Sítio Cercado. Curitiba registra um assalto a cada 15 minutos.
Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que um dos motivos do aumento de crimes patrimoniais – furtos e roubos -- é a crise econômica que o país atravessa. “Com o aumento do desemprego, cresce o registro desta atividade criminosa, assim como acontece em praticamente todos os estados do país, tendo alguns deles registrado alta superior a 50%”.
A Secretaria da Segurança Pública informou ainda que elaborou um projeto para inibir a criminalidade, segundo o qual haverá maior presença policial nas ruas. A pasta destacou que serão locadas 200 viaturas para a Polícia Militar para o trabalho de patrulhamento ostensivo em Curitiba e Região Metropolitana. “O número de carros na rua vai mais que duplicar. A intenção, depois, é ampliar esta iniciativa para os grandes centros urbanos do Paraná”, diz a nota.