O Hospital Evangélico de Curitiba deixa de atender uma média de 137 pessoas por dia no Pronto-Socorro (PS) desde a suspensão provisória do atendimento de novos pacientes anunciada na última terça-feira (25). A estimativa é da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, que calculou os atendimentos da emergência do hospital com base em dados do mês de outubro deste ano. A assessoria de imprensa da entidade não confirmou o número, mas também não soube precisar quantos novos atendimentos são feitos em média por dia no hospital.
Com a interrupção dos serviços, os demais hospitais de Curitiba e Região Metropolitana continuam a receber pacientes sem restrições, mas trabalham acima de sua capacidade operacional. O Hospital do Trabalhador registrou um aumento de 20% no número de atendimentos da emergência. No Hospital Cajuru, os atendimentos do Pronto-Socorro pularam de uma média de 150 para 196 por dia, somando um crescimento de 30% do dia para a noite. Já o Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, viu seu movimento no PS aumentar 20%. Até as 18h30 desta quarta-feira (26), o Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo, não havia respondido às questões da reportagem.
A prefeitura de Curitiba informa que os pacientes com problemas de saúde de baixa complexidade que procuram o Evangélico são encaminhados para as Unidades de Ponto Atendimento (UPAs). O tempo médio de espera para atendimento nesta quarta girou em torno de três a quatro horas, quando o normal seria aguardar apenas uma hora para o devido serviço médico. O Evangélico ressalta, porém, que pacientes em estado gravíssimo estão sendo atendidos e somente casos de pequena e média complexidade são enviados para outros locais.
Ultimato de 24 horas
Apesar da interrupção dos serviços do hospital, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que a maternidade da instituição e os serviços de queimados foram parcialmente reabertos. Mas ela não sabe pontuar quantos novos encaminhamentos de queimados e de maternidade foram feitos à entidade a partir desta quarta.
A prefeitura deu um ultimato de 24 horas para que a direção do Evangélico apresente um plano de ação para resolver os problemas de falta de suprimentos. Se a entidade não apresentar nenhum plano para normalizar a situação, ainda segundo a prefeitura, o hospital corre o risco ser penalizado com a redução dos repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), já que não está prestando atendimento.
Caso a paralisação de atendimento do Evangélico persista por mais alguns dias, a prefeitura diz não ter um plano B na manga, pois cabe à rede dar conta da demanda. Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) frisou que, apesar de administrar o Hospital do Trabalhador, a responsabilidade pelo funcionamento da rede da cidade é unicamente da prefeitura de Curitiba.